O Barco
O barco andava à deriva já há uns tempos. O Timoneiro tinha desaparecido para parte incerta. O Almirantado bem que o procurava, mas não havia modo de saber que triste sina o tinha atingido.
Observando a deriva, abandonaram os ratos, que reza a lei que têm de ser os primeiros, as mulheres e as crianças, que consta serem os seguintes, e, por último, o Avô, que tinha ido passar umas férias supostamente calmas com a Avó, num cruzeiro que acabara em tempestade.
Ficou o navio deserto, povoado apenas por ocasionais visitas de macacos e algumas alimárias selvagens, o que indiciava que a terra estaria por perto.
Satisfeitos por não terem qualquer controlo ou autoridade por perto, estes visitantes ocasionais faziam o que quisessem no barco. Desde que descobriram que o rádio de bordo ainda estava ligado, passavam lá o seu tempo, debitando o que mais disparatado lhes viesse à cabeça.
O Almirantado limitava-se a escutar estas mensagens, sem ligar grande coisa, olhando o horizonte à espera de novas do barco ou do Timoneiro.
Havia também um sujeito pequenino num pequenino veleiro, que ia visitando o barco de quando em vez. Sempre que lá ia, o marinheiro não resistia a deixar uma assinatura marcada a canivete, reclamando-se mais vivo e orientado que o próprio barco. Depois desaparecia, voltando à insignificância da sua solitária bolina.
O Avô encontrou uma ilhota tropical, calminha, onde podia exercer a sua fictícia existência com a pacatez de quem é timoneiro do seu próprio rumo.
Observando a deriva, abandonaram os ratos, que reza a lei que têm de ser os primeiros, as mulheres e as crianças, que consta serem os seguintes, e, por último, o Avô, que tinha ido passar umas férias supostamente calmas com a Avó, num cruzeiro que acabara em tempestade.
Ficou o navio deserto, povoado apenas por ocasionais visitas de macacos e algumas alimárias selvagens, o que indiciava que a terra estaria por perto.
Satisfeitos por não terem qualquer controlo ou autoridade por perto, estes visitantes ocasionais faziam o que quisessem no barco. Desde que descobriram que o rádio de bordo ainda estava ligado, passavam lá o seu tempo, debitando o que mais disparatado lhes viesse à cabeça.
O Almirantado limitava-se a escutar estas mensagens, sem ligar grande coisa, olhando o horizonte à espera de novas do barco ou do Timoneiro.
Havia também um sujeito pequenino num pequenino veleiro, que ia visitando o barco de quando em vez. Sempre que lá ia, o marinheiro não resistia a deixar uma assinatura marcada a canivete, reclamando-se mais vivo e orientado que o próprio barco. Depois desaparecia, voltando à insignificância da sua solitária bolina.
O Avô encontrou uma ilhota tropical, calminha, onde podia exercer a sua fictícia existência com a pacatez de quem é timoneiro do seu próprio rumo.
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