Foi Natal
Foi Natal.
As rádios passaram até à exaustão as músicas da quadra. Os Wham voltaram, mais uma vez, ao ritual anual de nos lembrar o bimbo-pimbismo do George Michael, no seu Last Christmas, antes de assumir o aspecto quase-normal que agora tem.
As luzes reinaram nas ruas, substituindo as bandeiras do Scolari, que foram desaparecendo gradualmente, sem que se desse por isso. As Câmaras Municipais esqueceram-se das factura da EDP, que isto do Natal é só quatro vezes por mandato, e plantaram as recicladas luzinhas em tudo quanto é rua com lojas. Os comerciantes lá financiaram mais um bando da estrelinhas, arvorezinhas, Pais Natal, prendinhas e outras coisas mais ou menos identificáveis, com uma disposição mais ou menos original.
Em termos de árvores, todo o esforço foi este ano ofuscado pela que a SIC plantou com a CML e o Millenium, ali mesmo ao pé de uma fonte que deixou de ser luminosa, tal a sombra que o mega-pinheiro lhe está a fazer; mesmo ao pé de um Mosteiro que deixou de ser ex-libris, tal o desvio de atenções para a majestática edificação; mesmo ao pé de um tal de CCB a quem já ninguém chama mono arquitectónico, tal a vizinhança que lhe foi imposta pelo triunvirato Balsemão-Carmona-Jardim.
Novos e velhos penduraram alvas barbas, vestiram casacos vermelhos e não dispensaram o cocacoliano barrete, com ou sem luzinhas. Até uma águia enfiou o barrete, como se não bastasse o que lhe enfiaram quando a obrigaram a ser ícone de um clube que nunca pediu para representar. E a águia foi apenas mais um dos milhares que compuseram mais uma façanha Guiness – o maior número de embarretados juntos. O Santo Nicolau, o verdadeiro, aquele de quem o jornal do povo deu destak como sendo mulato e de rala barba negra, deve estar admirado com tanta deformação da sua real figura. Ou então já nada o surpreende, e quer é mais uma Coca-Cola, das que ganhou quando assinou o contrato de cedência de exclusividade e exploração do nome.
Nova febre SMS assolou o País de um Camões que bem gostaria de poder ter mandado os Lusíadas pelo telemóvel, em vez de ter de nadar com o braço no ar (as cãimbras que aquilo deve ter causado!) para não molhar o precioso manuscrito. Operadores esfregam as mãos de contentes, cheios de prendas no sapatão, e aguardam o reveillon para aumentar as contas bancárias à conta da boa vontade do portuga.
Cá no burgo, está tudo calmo. A malta retempera forças para os desafios que aí vêm. Enche-se o peito de ar, em duas semanas de folga, para de novo gritar contra os árbitros. Olha-se para a agenda à procura dos jogos que, apesar de ainda por realizar, já se sabe que estão arranjados para os lados do costume. Espera-se que a FPC – esses incompetentes filhos de uma cascavel – volte ao trabalho para se voltar a dizer que esse trabalho não existe. Ou, se por acidente ele existir mesmo, para dizer que é mau. Mas, se por acaso até for bom, para dizer que vem a destempo. Caso, por dádiva natalícia, até for num timing irrepreensível, para dizer que é só por causa da pré-campanha. E, se por obra e graça do divino espírito santo, se perceber que a pré-campanha são contas do rosário de outros filhos de cascavel, para disparatar sem nexo. Afinal de contas, para quê tantos “ses” e confusões? O que a malta curte é botar lama na engrenagem, quer-se lá saber porquê ou por quem.
Que o Natal vos tenha trazido tudo de bom – boa disposição, bom descanso, boas ideias e muito, mas mesmo muito, bom senso!
As rádios passaram até à exaustão as músicas da quadra. Os Wham voltaram, mais uma vez, ao ritual anual de nos lembrar o bimbo-pimbismo do George Michael, no seu Last Christmas, antes de assumir o aspecto quase-normal que agora tem.
As luzes reinaram nas ruas, substituindo as bandeiras do Scolari, que foram desaparecendo gradualmente, sem que se desse por isso. As Câmaras Municipais esqueceram-se das factura da EDP, que isto do Natal é só quatro vezes por mandato, e plantaram as recicladas luzinhas em tudo quanto é rua com lojas. Os comerciantes lá financiaram mais um bando da estrelinhas, arvorezinhas, Pais Natal, prendinhas e outras coisas mais ou menos identificáveis, com uma disposição mais ou menos original.
Em termos de árvores, todo o esforço foi este ano ofuscado pela que a SIC plantou com a CML e o Millenium, ali mesmo ao pé de uma fonte que deixou de ser luminosa, tal a sombra que o mega-pinheiro lhe está a fazer; mesmo ao pé de um Mosteiro que deixou de ser ex-libris, tal o desvio de atenções para a majestática edificação; mesmo ao pé de um tal de CCB a quem já ninguém chama mono arquitectónico, tal a vizinhança que lhe foi imposta pelo triunvirato Balsemão-Carmona-Jardim.
Novos e velhos penduraram alvas barbas, vestiram casacos vermelhos e não dispensaram o cocacoliano barrete, com ou sem luzinhas. Até uma águia enfiou o barrete, como se não bastasse o que lhe enfiaram quando a obrigaram a ser ícone de um clube que nunca pediu para representar. E a águia foi apenas mais um dos milhares que compuseram mais uma façanha Guiness – o maior número de embarretados juntos. O Santo Nicolau, o verdadeiro, aquele de quem o jornal do povo deu destak como sendo mulato e de rala barba negra, deve estar admirado com tanta deformação da sua real figura. Ou então já nada o surpreende, e quer é mais uma Coca-Cola, das que ganhou quando assinou o contrato de cedência de exclusividade e exploração do nome.
Nova febre SMS assolou o País de um Camões que bem gostaria de poder ter mandado os Lusíadas pelo telemóvel, em vez de ter de nadar com o braço no ar (as cãimbras que aquilo deve ter causado!) para não molhar o precioso manuscrito. Operadores esfregam as mãos de contentes, cheios de prendas no sapatão, e aguardam o reveillon para aumentar as contas bancárias à conta da boa vontade do portuga.
Cá no burgo, está tudo calmo. A malta retempera forças para os desafios que aí vêm. Enche-se o peito de ar, em duas semanas de folga, para de novo gritar contra os árbitros. Olha-se para a agenda à procura dos jogos que, apesar de ainda por realizar, já se sabe que estão arranjados para os lados do costume. Espera-se que a FPC – esses incompetentes filhos de uma cascavel – volte ao trabalho para se voltar a dizer que esse trabalho não existe. Ou, se por acidente ele existir mesmo, para dizer que é mau. Mas, se por acaso até for bom, para dizer que vem a destempo. Caso, por dádiva natalícia, até for num timing irrepreensível, para dizer que é só por causa da pré-campanha. E, se por obra e graça do divino espírito santo, se perceber que a pré-campanha são contas do rosário de outros filhos de cascavel, para disparatar sem nexo. Afinal de contas, para quê tantos “ses” e confusões? O que a malta curte é botar lama na engrenagem, quer-se lá saber porquê ou por quem.
Que o Natal vos tenha trazido tudo de bom – boa disposição, bom descanso, boas ideias e muito, mas mesmo muito, bom senso!
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