Cachecóis a Cheirar a Queijo
Antes do Guimarães / Sporting (em futebol, porque nem só de Corfebol vive o Homem), os jornais deram um destaque descabido ao facto de o Liedson poder falhar o jogo com o Benfica. Descabido porque isso só aconteceria se o jogador levasse um amarelo nesse jogo, o que não era estatísticamente muito provável, tanto mais havendo o aviso das consequências.
Claro que isso alimentou logo a verve dos polemistas. Diziam os benfiquistas que isso era para pressionar o árbitro a não mostrar amarelos ao abono-de-família dos lagartos; diziam os sportinguistas que já estava tudo feito (e os jornais até o sabiam!) para que o homem estivesse mesmo ausente do jogo com os lampiões.
E lá se foram vendendo jornais à conta de um facto que ainda nem era facto. Parecia o Fórum da FPC.
O que é certo é que o caramelo do brasuca, com uma ingenuidade e tonteria reconhecidas pelo próprio, lá levou o predestinado amarelo. E assim teria ficado sem poder jogar o derby. E lá se foram vendendo mais jornais, agora com um motivo maior, que só não deu muita polémica porque o árbitro nem que quisesse podia fugir à amostragem da fatídica cartolina.
Mas, para que se vendessem ainda mais jornais, o Éssecêpê ainda tinha um trunfo escondido no cachecol.
O Liedson sempre vai jogar contra o Benfica. A troco de cachecóis.
Se o Orçamento de Estado já foi aprovado a troco de promessas ao Queijo Limiano, porque não agora este episódio dos cachecóis? Não é que deixe de me cheirar a corrupção, porque, legítima ou ilegitimamente, há um corromper do processo normal das coisas, tanto num caso como no outro, mas enfim.
Nada a que não estejamos habituados. Nada que Barroso, Portas ou Santana, no caso dos queijos, ou o Vieira, no caso dos cachecóis, não fizessem também, para tal lhes acudisse a oportunidade e a imaginação.
É como o “aprova aí o loteamento, que a gente arranja uma casinha para a tua filhota que vai casar”, o “faz lá com que o meu processo passe à frente dos outros, que eu peço ao Pai Natal para passar lá por casa”, o “marca lá uns penaltizitos a nosso favor, que aquele carro com que tens sonhado pode ser que estacione à tua porta”, o “passa lá o meu namorado a Matemática, que eu faço-te um daqueles que tu gostas”, o “convence lá o W a mandar embora o Saddam, que eu garanto-te que a tua empresa vai consolidar a sua posição nos negócios petrolíferos da região”.
Estão a ver o filme?... Imaginem o Bush Jr. a dizer “OK, eu vou para o Iraque em vez de ir para a Coreia do Norte, mas só se vocês me pagarem as T-Shirts que já tinha mandado fazer com alusões à restauração da democracia em Pyongyang... Até tinha um desenho muita giro dum bravo soldado americano a apagar do mapa o paralelo 38. Agora eu sei lá que paralelos é que há no Iraque? Vou ter de estudar onde é que isso fica e só Deus-Grande-Misericordioso-e-Amante-do-Heróico-Povo-Americano sabe o que me custou descobrir informação sobre a Coreia. Mas tudo bem, desde que me paguem as T-Shirts. Ainda por cima, já me disseram que aquilo é bem mais parecido com o Texas”.
O que me deixa orgulhoso de pertencer à Nação Corf é que esta situação do Liedson seria impossível na nossa modalidade. Alguém se lembrou do Ovo de Colombo. De acordo com os regulamentos da Federação Portuguesa de Corfebol, um jogador castigado, cumprirá esse castigo nos jogos que, aquando da estatuição da sanção, estiverem agendados imediatamente a seguir. Se algum desses jogos for alterado, ou se algum jogo for marcado de permeio, o castigo fixa-se nos jogos e não nas datas. Portanto, em rigor, se o jogo em que supostamente ele irá cumprir castigo passar para o final da época, o atleta só cumprirá no final da época. É mais ou menos isto; se quiserem mais informações, vão ler a Regulamento à Página da FPC (www.jánãoestálá.pt).
Porque é que no futebol, com tanta gente e tanto dinheiro, com tanta tinta que corre sobre tudo e sobre nada, ninguém foi capaz de ver a columbicidade do ovo? Não é o primeiro caso em que constato que os regulamentos do pontapénabola são ambíguos ou falhos de ajustes simples.
Será que é preciso mandar os pensadores do Corfebol fazer uma assessoriazita à Praça da Alegria (...espera aí; agora mudaram... é na Alexandre Herculano)? É melhor não; ao menos assim ficamos sempre melhores que eles – pequeninos mas competentes!
Claro que isso alimentou logo a verve dos polemistas. Diziam os benfiquistas que isso era para pressionar o árbitro a não mostrar amarelos ao abono-de-família dos lagartos; diziam os sportinguistas que já estava tudo feito (e os jornais até o sabiam!) para que o homem estivesse mesmo ausente do jogo com os lampiões.
E lá se foram vendendo jornais à conta de um facto que ainda nem era facto. Parecia o Fórum da FPC.
O que é certo é que o caramelo do brasuca, com uma ingenuidade e tonteria reconhecidas pelo próprio, lá levou o predestinado amarelo. E assim teria ficado sem poder jogar o derby. E lá se foram vendendo mais jornais, agora com um motivo maior, que só não deu muita polémica porque o árbitro nem que quisesse podia fugir à amostragem da fatídica cartolina.
Mas, para que se vendessem ainda mais jornais, o Éssecêpê ainda tinha um trunfo escondido no cachecol.
O Liedson sempre vai jogar contra o Benfica. A troco de cachecóis.
Se o Orçamento de Estado já foi aprovado a troco de promessas ao Queijo Limiano, porque não agora este episódio dos cachecóis? Não é que deixe de me cheirar a corrupção, porque, legítima ou ilegitimamente, há um corromper do processo normal das coisas, tanto num caso como no outro, mas enfim.
Nada a que não estejamos habituados. Nada que Barroso, Portas ou Santana, no caso dos queijos, ou o Vieira, no caso dos cachecóis, não fizessem também, para tal lhes acudisse a oportunidade e a imaginação.
É como o “aprova aí o loteamento, que a gente arranja uma casinha para a tua filhota que vai casar”, o “faz lá com que o meu processo passe à frente dos outros, que eu peço ao Pai Natal para passar lá por casa”, o “marca lá uns penaltizitos a nosso favor, que aquele carro com que tens sonhado pode ser que estacione à tua porta”, o “passa lá o meu namorado a Matemática, que eu faço-te um daqueles que tu gostas”, o “convence lá o W a mandar embora o Saddam, que eu garanto-te que a tua empresa vai consolidar a sua posição nos negócios petrolíferos da região”.
Estão a ver o filme?... Imaginem o Bush Jr. a dizer “OK, eu vou para o Iraque em vez de ir para a Coreia do Norte, mas só se vocês me pagarem as T-Shirts que já tinha mandado fazer com alusões à restauração da democracia em Pyongyang... Até tinha um desenho muita giro dum bravo soldado americano a apagar do mapa o paralelo 38. Agora eu sei lá que paralelos é que há no Iraque? Vou ter de estudar onde é que isso fica e só Deus-Grande-Misericordioso-e-Amante-do-Heróico-Povo-Americano sabe o que me custou descobrir informação sobre a Coreia. Mas tudo bem, desde que me paguem as T-Shirts. Ainda por cima, já me disseram que aquilo é bem mais parecido com o Texas”.
O que me deixa orgulhoso de pertencer à Nação Corf é que esta situação do Liedson seria impossível na nossa modalidade. Alguém se lembrou do Ovo de Colombo. De acordo com os regulamentos da Federação Portuguesa de Corfebol, um jogador castigado, cumprirá esse castigo nos jogos que, aquando da estatuição da sanção, estiverem agendados imediatamente a seguir. Se algum desses jogos for alterado, ou se algum jogo for marcado de permeio, o castigo fixa-se nos jogos e não nas datas. Portanto, em rigor, se o jogo em que supostamente ele irá cumprir castigo passar para o final da época, o atleta só cumprirá no final da época. É mais ou menos isto; se quiserem mais informações, vão ler a Regulamento à Página da FPC (www.jánãoestálá.pt).
Porque é que no futebol, com tanta gente e tanto dinheiro, com tanta tinta que corre sobre tudo e sobre nada, ninguém foi capaz de ver a columbicidade do ovo? Não é o primeiro caso em que constato que os regulamentos do pontapénabola são ambíguos ou falhos de ajustes simples.
Será que é preciso mandar os pensadores do Corfebol fazer uma assessoriazita à Praça da Alegria (...espera aí; agora mudaram... é na Alexandre Herculano)? É melhor não; ao menos assim ficamos sempre melhores que eles – pequeninos mas competentes!
3 Comments:
Brilhante!
Haja ar fresco no desporto português!
Avô, tu podias era colocar no teu site links ligados ao mundo do corfebol, assim um espécie de apadrinhamento dos que resistem. Podias colocar Links Nacionais - onde colocarias: CCCD(http://corfebol.no.sapo.pt/) CCO (http://cco.no.sapo.pt/)OFC (http://www.odivelasfc.com/)NCB (Espero que ainda exista)- e outra zona com Links Internacionais.
Olá,
Não me parece que essa seja a vocação de um Blog.
Os vários endereços que existem referentes ao Corfebol português foram publicados numa Circular da FPC. Tive a sorte - ou uma boa cunha! ;) - de lá estar também este Bolg.
Mas tenho repensado essa tal vocação e pode ser que essa seja uma das coisas que poderão figurar.
Obrigado pela sugestão
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