Blog do Avô

O Primeiro Blogue sobre Corfebol (mas não só) em Portugal!

quinta-feira, agosto 24, 2006

A Cigarra e a Formiga

Verão... Férias... Nem apetece responder aos questionários do Avô, quanto mais pensar na época que aí vem...
Isto pensava o Clube Convívio Corfebolístico das Cigarras de Coruche (CCCCC).
Verão... Férias... Disponibilidade para planear, preparar, pensar já na época que vai começar...
Isto pensava a ACROF - Associação Cultural e Recreativa Operários Formiguenses.
A Direcção do CCCCC nem sabia ainda quantos atletas ia ter. Portanto não sabia quantas equipas ia ter. Portanto, para quê pensar já em treinadores? Ou em reservar horas de pavilhão? Deixem-nos é descansar e gozar este Agosto, que só há um por ano.
A Direcção da ACROF já tinha as listas de atletas para a época seguinte e até tinha planos de contingência para as várias probabilidades (uns atletas ainda tinham dúvidas quanto aos seus futuros próximos nas escolas, faculdades e empregos). Os treinadores já estavam definidos. As horas dos treinos também, tudo acertadinho com as autoridades municipais. Havia orçamento detalhado para a época e um levantamento das necessidades de equipamento para os anos seguintes.
Os atletas do CCCCC gozavam o sol. Não havia data marcada para recomeçarem os treinos e, mesmo que houvesse, não a saberiam. Para quê? Não vai ser em Agosto, de certeza. Quando chegasse a altura das inscrições, logo se via a história do médico. Até porque, em Agosto, os médicos devem estar todos de férias e nem vale a pena pensar nisso.
Os atletas da ACROF tinham recebido um papel com toda a informação referente à época seguinte - os horários das equipas, a data de reinício, o valor das quotas, contactos úteis, etc. - e também os documentos necessários para fazerem as inspecções médicas. Eles sabiam que Agosto é a melhor altura para marcar consultas e fazer exames, porque está tudo muito mais desanuviado.
Para além disso, os da ACROF tinham um plano de manutenção da forma física. Todos os dias, sozinhos ou em grupo, faziam os exercícios delineados pela Comissão Técnica do clube. Os do CCCCC olhavam os seus colegas e riam, enquanto dedilhavam uma guitarra ou davam um mergulho.
Quanda a época começou, calhou haver logo um jogo entre ambos os clubes. O CCCCC bem o tentou adiar, porque não tinha os jogadores todos inscritos, mas a federação não deixou, porque isso não era considerado uma razão válida. Para além disso, era suposto ser em casa dos de Coruche, mas não conseguiram marcar o jogo com os prazos exigidos e acabou por ser no pavilhão em que jogava a ACROF.
Os formiguenses denotavam uma forma física e um entrosamento muito superiores. As cigarras tinham atletas que ainda nem tinham começado a treinar e estavam com umas barrigas muito pouco atléticas.
A ACROF ganhou e, no balneário, os atletas pouco festejaram. Em vez disso, ouviram os adversários falar das férias, das bezanas, das patuscadas, dos excessos, das experências radicais. De um lado e do outro, homens e mulheres, as formigas olharam-se ao espelho e leram o nome do seu clube - "FORCA" nas letras que o espelho devolvia.
Na semana seguinte, houve um número invulgar de atletas da ACROF que pediu transferência para o CCCCC. Isto podia ter sido um problema para os dirigentes formiguenses, mas não foi, simplesmente porque a Direcção se demitiu em bloco, farta de trabalhar que nem formigas para o clube.
Moral da história... Não há.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Avô deu em imoral. Se até a nossa reserva moral está com este espírito o que dizer do corfebol.

terça-feira, 29 agosto, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Não é imoralidade não querer tudo tão certinho que até enjoa.
Acho que nem tanto ao mar nem tanto à terra. A moral se calhar é mesmo essa.

quinta-feira, 31 agosto, 2006  
Anonymous Anónimo said...

sim todos pensam dessa maneira mas ser o avô a dizer fica um bocado estranho. deve ser do cansaço

sexta-feira, 01 setembro, 2006  
Anonymous Anónimo said...

pois

segunda-feira, 04 setembro, 2006  

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