Júlio Miguel, o Filho
Todos somos filhos de mãe e pai. Todos podemos já ser um vir um dia a ser pais ou mães. Todos podemos vir a ter um progenitor preso. Todos podemos ter filhos a ver-nos, um dia, nessa situação. Sabe-se lá! Ao preço que anda o arroz…
Por isso não pensem que gozo com a aflição do petiz a quem, a pedido de duas ou três famílias, agora dou voz. È pela música, só pela música. Não me venham, portanto, com aquela de que não se deve escarnecer das mágoas alheias.
Escarneço então da música, só da música. Nunca do moço ou do seu paizinho, que um dia “praticou erros” e foi “intruso”, e agora está “repeso”, mas que anseia viver de novo a “vida com brilho”, para “salvar o seu filho”.
Até porque, se fosse essa a ideia, podia vir aqui com piadas foleiras, tipo: se o pai ouvir a música que o filho lhe dedicou ainda vai é querer ficar na choldra, para não ter que o ouvir mais. Ou então: que o tipo que gerou um cantor destes merece mesmo é estar lá atrás das grades.
Mas não. Nunca tal por tal nunca ser.
É mesmo, num sentido de serviço público, para dar a conhecer a todos esta impagável música, que nos engrandece enquanto portugueses e conscientes dos valores familiares.
Aliás, até acho que, com as devidas adaptações, esta música deveria ter sido utilizada no genérico do primeiro Prison Break. O mano que “está sofrendo, nas grades da prisão”, que tem o mano a “sofrer consigo até à liberdade”. A sofrer tanto que até vai lá para dentro só para o safar, com as consequências trágicas que daí foram advindo ao longo de muito, muito, tempo.
A dedicação deste jovenzito pelo seu pai até me inspira a engendrar um Prison Tuga. Imaginem lá o petiz a assaltar um banco e fazer-se inserir no estabelecimento prisional onde se encontra encarcerado o seu pai. As peripécias que passaria para o tirar de lá, aliando-se a outros prisioneiros, uns mais bonzinhos, outros nem por isso. Até se podia apaixonar pela pediatra. Era bonito de se ver.
Talvez, se não der para uma série prolongada, a TVI use a ideia para um episódio dos Casos de Vida.Ou então, dado o potencial que esta história tem para ser um musical, talvez o La Féria queira fazer um dos seus espectáculos grandiosos com este pungente drama familiar. Imaginem o Júlio Miguel a fazer um dueto com a Anabela! (ou então não; não imaginem… Ui! Até dói!).
1 Comments:
depois do outro comentário já tinha ido googlar esta musica e é de facto muito fixe. O cantor tem uma voz de sonho, ou devia dizer de pesadelo.
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