Blog do Avô

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Guerra de Primos III – O Branqueamento

“A Vida é Bela” foi o único filme que me recordo de me ter feito rir e chorar na mesma sessão. Rir com a genialidade do Benigni actor e realizador. Chorar com a genialidade do Benigni actor e realizador. Mas chorar com um inexplicável sentimento paternal e chorar com o clamor da realidade, com a crueza de olhar para acontecimentos que foram pano de fundo num contexto concreto, palpável, vivido por milhões de pessoas.
O Holocausto existiu. Existiu e deve ser lembrado, todos os dias. Ridículos são aqueles que o negam. Xiitas e outros fascistas.
A minha simpatia triste e resoluta vai para todos aqueles que sofreram com a perseguição nazi aos judeus. Curvo-me perante os resistentes, junto o meu choro ao das famílias dos mortos.
Mas não posso aceitar que o sofrimento passado possa justificar actos que promovem o sofrimento de outros.

Hoje o divórcio é uma coisa banal, que acontece na porta ao lado sem que se dê por isso. Na minha juventude era menos comum e criou-se uma raça a que se chamava “os filhos de pais separados”. E isto dizia-se veladamente, com um olhar de compreensão e comedimento.
Aos “filhos de pais separados” permitia-se tudo, coitados!, porque tinham de carregar com esse trauma. Deixava-se que fossem insolentes, mal-educados, mal comportados, egoístas, porque eram “filhos de pais separados”. E assim, porque sofriam, tinham direito a ter atitudes que estavam vedadas aos sortudos que não eram “filhos de pais separados”.
Tenho a certeza de que sofriam. Tenho a certeza de que hoje sofrem aqueles a quem a vida não permitiu manter estabilidade emocional doméstica. Não me verão negar essa evidência. Mas isso não justifica que não se lhes possa levantar um dedo sem que alguém diga logo “Vê lá, não fales assim, coitado, ele é filho de pais separados”.

Pois também não é politicamente correcto apontar o dedo a Israel, porque isso é não respeitar a memória dos judeus perseguidos pelo nazismo.
Balelas!
Não respeitar essa memória é negar a si mesmos os ensinamentos que deveriam ter sido prestados com o Holocausto e os vários holocaustos a que o Mundo tem assistido ao longo dos anos. Quem recolhe simpatia pelo que passou e se vinga em terceiros com a mesma moeda que lhe foi arremessada, deixa de merecer essa simpatia.

Mas a simpatia continuará sempre. Porque o povo judaico foi moldado de uma forma que o faz ter sucesso financeiro. Dessa característica vieram-lhe os maiores males (pela ambição e inveja de vizinhos) e os maiores bens (pela influência que conquistaram na sua diáspora).
Nos todo-poderosos EUA não há passo importante que se dê sem o aval dos líderes judaicos. No Mundo não há passo importante que se dê sem o aval dos americanos.
Portanto não espanta que Israel tenha, ao longo da sua curta história, atropelado várias resoluções da ONU, sempre com a conivência dos States. Não espanta que, por muitas manifestações populares a que o Mundo assista, nenhuma atitude firme seja tomada contra os atentados a que a população dos territórios ocupados tem sido sujeita ao longo dos anos.
Não quero deixar de condenar os atentados a que são sujeitos, mas é inegável que há um branqueamento dos crimes humanitários israelitas.
Bombardear mesquitas à hora da oração é crime. Mesmo que se diga que é nas mesquitas que se escondem os terroristas e as suas armas, será que é só à hora da oração que eles lá estão? E será que essas armas estão mesmo lá, ou são só os sapatos que eles deixam à porta (uma arma aclamada pelos muçulmanos)?
Impedir a saída de refugiados e a ajuda humanitária é crime. Ou será que têm medo que os terroristas se escondam no meio dos refugiados? Ou que os caixotes de auxílio humanitário tenham bombas? Não há desculpa.