De Maslow a Pavlov
Abraham Maslow era um mentiroso. Nasceu a 1 de Abril (é mesmo verdade; podem ir ver a biografia do homem) e isso determinou a sua forma de estar na sociedade.
Então, para gozar com a malta, inventou aquela pirâmide das necessidades, hierarquizando o que supostamente nós precisamos mais. Não avisou foi que as experiências eram feitas com macacos e que havia um estudo secreto, a ser realizado com humanos, numa cave escura e escondida algures perto de Roterdão.
A história foi assim:
Tinha raptado umas cobaias à força. Deambulava à procura de quem pudesse servir para o seu estudo e, quando passou por um verde campo holandês, viu um grupo que se encaixava bem no perfil pretendido. Eram homens e mulheres, de todas as idades, e mostravam ser saudáveis porque praticavam um desporto qualquer. Meteu-os dentro de um saco, devidamente narcotizados, e levou-os para a tal cave.
Quando queria confirmar a estrutura da sua pirâmide com estes humanos, chegou à conclusão que estava tudo trocado.
As cobaias tinham uma necessidade primária de ter uma bola nas mãos e um cesto para onde a atirar. A bola vinha primeiro, apesar de ambas estarem na base da pirâmide. A bola estava para o cesto assim como a bebida está para a comida.
Frenético a tirar notas, Maslow continuou os seus estudos cada vez mais surpreendentes.
Reparou que, após o satisfazer de atirar continuamente a bola para o cesto, os humanos necessitavam de o fazer atendendo a determinados padrões técnicos. Havia uma certa formalidade que era satisfeita num patamar superior. Tudo numa relação grupal interessante.
Menos pasmado ficou quando constatou que a necessidade seguinte tinha tudo a ver com a dos macacos. As cobaias humanas procuravam juntar-se em grupos, mostrando necessidade de um sentimento de pertença só possível quando as necessidades anteriores estivessem satisfeitas.
Em grupo, os indivíduos procuravam estimar-se e ser estimados. Faziam tudo para serem tidos pelo grupo e por si mesmos como alguém digno de algum reconhecimento. Foi neste patamar da hierarquia que Maslow encontrou sinais de competitividade.
Trepando ao topo da pirâmide, vinha a auto-actualização. Os humanos tinham necessidade de ser melhores e procuravam (in)formar-se, desenvolver capacidades e conhecimentos. Treinavam, aperfeiçoavam-se, sempre com a bola nas mãos e os olhos no cesto.
Quando pensava que havia um vértice no topo da pirâmide, fechada pela plenitude de necessidades satisfeitas, encontrou um ancião que tinha ido passear à Holanda ver uns joguitos de Corfebol. Resolveu estudar o idoso, adiando o regresso aos States, e colocou mais um patamar na hierarquia.
O velho, que tinha a bola nas mãos e o cesto nos olhos quando queria, que tinha conquistado a sua pertença em diversos grupos, que se estimava e se sentia estimado, que tinha desenvolvido as suas capacidades em diversas áreas da sua vida, estava na fase de satisfazer uma necessidade de auto-transcendência, de espiritualidade, e pensava, e escrevia, e escrevia o que pensava, sentindo na planta dos pés o bico na pirâmide a causar um agradável incómodo, dolorosa satisfação do preenchimento.
Combinaram os dois que estas experiências deveriam ser mantidas secretas, só para gozar com o povo durante uns anos. Já cá se disse que o tipo tinha índole de aldrabão. O pessoal ia continuar a pensar que a teoria se aplica hic et nunc (aqui e agora), e não vão perceber que os patamares de necessidades satisfeitas são para alcançar num percurso de vida.
Entretanto, falecido que está Maslow há 30 e tal anos, o Avô (que era ele o velho de quem se falava) achou que já podia revelar toda a verdade sobre a sua pirâmide das necessidades. O mundo académico vai levar um abanão com esta revelação bombástica, mas a bem da verdade tinha de se fazer.
Após este contacto, o Avô visitou o seu amigo Ivan Petrovich Pavlov, já nos seus últimos dias, e contou-lhe o que se tinha passado com o jovem Abraham.
Pavlov requisitou algumas das cobaias de Maslow e verificou que, se pusesse uma bola nas mãos deste humanos, sempre que soava um apito de árbitro, eles procuravam imediatamente um colega a quem passar a bola.
Ficou triste por não salivarem.
Então, para gozar com a malta, inventou aquela pirâmide das necessidades, hierarquizando o que supostamente nós precisamos mais. Não avisou foi que as experiências eram feitas com macacos e que havia um estudo secreto, a ser realizado com humanos, numa cave escura e escondida algures perto de Roterdão.
A história foi assim:
Tinha raptado umas cobaias à força. Deambulava à procura de quem pudesse servir para o seu estudo e, quando passou por um verde campo holandês, viu um grupo que se encaixava bem no perfil pretendido. Eram homens e mulheres, de todas as idades, e mostravam ser saudáveis porque praticavam um desporto qualquer. Meteu-os dentro de um saco, devidamente narcotizados, e levou-os para a tal cave.
Quando queria confirmar a estrutura da sua pirâmide com estes humanos, chegou à conclusão que estava tudo trocado.
As cobaias tinham uma necessidade primária de ter uma bola nas mãos e um cesto para onde a atirar. A bola vinha primeiro, apesar de ambas estarem na base da pirâmide. A bola estava para o cesto assim como a bebida está para a comida.
Frenético a tirar notas, Maslow continuou os seus estudos cada vez mais surpreendentes.
Reparou que, após o satisfazer de atirar continuamente a bola para o cesto, os humanos necessitavam de o fazer atendendo a determinados padrões técnicos. Havia uma certa formalidade que era satisfeita num patamar superior. Tudo numa relação grupal interessante.
Menos pasmado ficou quando constatou que a necessidade seguinte tinha tudo a ver com a dos macacos. As cobaias humanas procuravam juntar-se em grupos, mostrando necessidade de um sentimento de pertença só possível quando as necessidades anteriores estivessem satisfeitas.
Em grupo, os indivíduos procuravam estimar-se e ser estimados. Faziam tudo para serem tidos pelo grupo e por si mesmos como alguém digno de algum reconhecimento. Foi neste patamar da hierarquia que Maslow encontrou sinais de competitividade.
Trepando ao topo da pirâmide, vinha a auto-actualização. Os humanos tinham necessidade de ser melhores e procuravam (in)formar-se, desenvolver capacidades e conhecimentos. Treinavam, aperfeiçoavam-se, sempre com a bola nas mãos e os olhos no cesto.
Quando pensava que havia um vértice no topo da pirâmide, fechada pela plenitude de necessidades satisfeitas, encontrou um ancião que tinha ido passear à Holanda ver uns joguitos de Corfebol. Resolveu estudar o idoso, adiando o regresso aos States, e colocou mais um patamar na hierarquia.
O velho, que tinha a bola nas mãos e o cesto nos olhos quando queria, que tinha conquistado a sua pertença em diversos grupos, que se estimava e se sentia estimado, que tinha desenvolvido as suas capacidades em diversas áreas da sua vida, estava na fase de satisfazer uma necessidade de auto-transcendência, de espiritualidade, e pensava, e escrevia, e escrevia o que pensava, sentindo na planta dos pés o bico na pirâmide a causar um agradável incómodo, dolorosa satisfação do preenchimento.
Combinaram os dois que estas experiências deveriam ser mantidas secretas, só para gozar com o povo durante uns anos. Já cá se disse que o tipo tinha índole de aldrabão. O pessoal ia continuar a pensar que a teoria se aplica hic et nunc (aqui e agora), e não vão perceber que os patamares de necessidades satisfeitas são para alcançar num percurso de vida.
Entretanto, falecido que está Maslow há 30 e tal anos, o Avô (que era ele o velho de quem se falava) achou que já podia revelar toda a verdade sobre a sua pirâmide das necessidades. O mundo académico vai levar um abanão com esta revelação bombástica, mas a bem da verdade tinha de se fazer.
Após este contacto, o Avô visitou o seu amigo Ivan Petrovich Pavlov, já nos seus últimos dias, e contou-lhe o que se tinha passado com o jovem Abraham.
Pavlov requisitou algumas das cobaias de Maslow e verificou que, se pusesse uma bola nas mãos deste humanos, sempre que soava um apito de árbitro, eles procuravam imediatamente um colega a quem passar a bola.
Ficou triste por não salivarem.
6 Comments:
Bem me parecia que aquele ritmo frenético do início era demais!
Agora os posts são mais lentos, não é Avô?
isso não quer dizer que as pessoas não leiam!
A mim parece-me, analisando friamente a situação, que o ritmo frenético inicial se ficou a dever a 2 factores:
- Acumulação de dissertações sobre o Corfebol, pré-aparecimento do blog;
- Entusiasmo inicial normal em quem tem um 'brinquedo' novo.
Agora, esgotadas as 'reservas' o Avô tenta encontrar força para voltar à carga... Mas com estas mudanças de tempo, com este onda de frio que varreu Portugal, não está fácil conseguir arrastar os ossos para a frente do computador!
Venham de lá esses....ossos, Avô! Isto está a começar a ficar mortinho...
Só espero que esteja tudo bem com o avô.
Questões pessoais e profissionais afastaram-me do teclado durante uns tempos.
Não sei se continuará assim de futuro, mas de facto isto começou depressa demais.
Por acaso pensei ir reservando alguns temas para momentos de escassez, mas não consigo fazer isso. Quando tenho alguma coisa escrita, custa-me guardar. Se o tivesse feito, podia ir garantindo uma periodicidade.
Mas, assim-c'mássim, não há contrato que me obrigue a escrever regularmente, portanto... k'sa-lixe!
Por acaso, tenho um projecto na manga, mas estou hesitante em avançar. Era uma espécie de Dicionário do Corfebol Português, com entradas por ordem alfabética. Ia pondo uma letra de cada vez, ou uma entrada de cada vez, não sei.
O problema é que não tenho um conhecimento profundo de toda a gente (pasme-se!) nem de todos os assuntos (really?!), e tenho medo de ferir susceptibilidades.
A ver vamos.
Obrigado pelas preocupações. Com um Inverno prolongado e rigoroso como este, a vida não está fácil para um ancião.
Hei, isto é um site pessoal n é?
Faz o k te apetece, Vô.
Se houver suscetíveis, paciência! Ninguém tem k saber tudo, nem o Avô.
Se faltarem coisas a gente ajuda e acrescenta, pode ser?
Mas k assuntos eram? Gostava de ver.
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