O Velho, o Rapaz e o Burro
Eis a Federação de Corfebol do Azberiquistão, adiante reduzida a KFA, e eis a sua recém-eleita direcção que dita os planos para o mandato de 3 anos que tem pela frente.
Novos praticantes, novos treinadores, promoção, formação, mais gente, mais gente, mais gente envolvida no Corfebol, mais Azberiques e Azbericas ligados a esta modalidade que nos apaixona. Muito bem, muito bem, aclamam os apoiantes da nova direcção.
E eis que alguns desconfiados observam os planos e avisam que o vão reprovar. Então para captar novos agentes vamos cortar nas verbas das competições? Vem mais gente, sim senhor, as pessoas vão saber que o Corfebol existe, mas não vai haver apoio a deslocações entre distritos, não se vão pagar os seguros desportivos aos jovens, não se vão aumentar os árbitros, não se vai adquirir material para equipar os pavilhões... só para fazer uns cartazes e uns anúncios nos jornais? Eis então que esse grupo apresenta um novo plano, com ênfase nos aspectos competitivos.
Mas alto lá, diz uma outra facção do Corfebol Azberique. Para terem as competições em grande estilo esquecem-se do que é o principal numa Federação – as suas selecções. Sem o exemplo das selecções não há promoção, sem a motivação de ir à selecção ninguém se empenha nas competições. Então esse plano corta com as despesas das selecções para investir em pagar a árbitros e outras coisas menores? Não pode ser. E, não podendo ser, eis que surge um plano de terceira via, em que as várias selecções da KFA irão orgulhosamente levar as cores do Azberiquistão ao mundo.
Mas eis que a direcção, ainda agora eleita e já com um problema bicudo para resolver, diz que não, que isso não pode ser, que não se podem canalizar os fundos todos para a selecções, que sem novos praticantes, sem promoção, sem boas competições, chegará uma altura em que também não haverá selecções.
E eis que ninguém se entende. Ei-los a puxar dos seus galões, uns pela legitimidade do voto, outros pelos anos de experiência no cargo que esses ora ocupam, outros pelas provas documentais deixadas por esta e outras modalidades, neste e noutros países. E eis que todos reclamam e ninguém tem razão, como em casa onde o pão escasseia.
Alheios a tudo isto, eis que o rapaz olha o velho, que olha o burro, que olha o rapaz, e eis que dizem em uníssono:
“Pôrra, tou farto de bocas. Vamos mas é todos a pé!”
Novos praticantes, novos treinadores, promoção, formação, mais gente, mais gente, mais gente envolvida no Corfebol, mais Azberiques e Azbericas ligados a esta modalidade que nos apaixona. Muito bem, muito bem, aclamam os apoiantes da nova direcção.
E eis que alguns desconfiados observam os planos e avisam que o vão reprovar. Então para captar novos agentes vamos cortar nas verbas das competições? Vem mais gente, sim senhor, as pessoas vão saber que o Corfebol existe, mas não vai haver apoio a deslocações entre distritos, não se vão pagar os seguros desportivos aos jovens, não se vão aumentar os árbitros, não se vai adquirir material para equipar os pavilhões... só para fazer uns cartazes e uns anúncios nos jornais? Eis então que esse grupo apresenta um novo plano, com ênfase nos aspectos competitivos.
Mas alto lá, diz uma outra facção do Corfebol Azberique. Para terem as competições em grande estilo esquecem-se do que é o principal numa Federação – as suas selecções. Sem o exemplo das selecções não há promoção, sem a motivação de ir à selecção ninguém se empenha nas competições. Então esse plano corta com as despesas das selecções para investir em pagar a árbitros e outras coisas menores? Não pode ser. E, não podendo ser, eis que surge um plano de terceira via, em que as várias selecções da KFA irão orgulhosamente levar as cores do Azberiquistão ao mundo.
Mas eis que a direcção, ainda agora eleita e já com um problema bicudo para resolver, diz que não, que isso não pode ser, que não se podem canalizar os fundos todos para a selecções, que sem novos praticantes, sem promoção, sem boas competições, chegará uma altura em que também não haverá selecções.
E eis que ninguém se entende. Ei-los a puxar dos seus galões, uns pela legitimidade do voto, outros pelos anos de experiência no cargo que esses ora ocupam, outros pelas provas documentais deixadas por esta e outras modalidades, neste e noutros países. E eis que todos reclamam e ninguém tem razão, como em casa onde o pão escasseia.
Alheios a tudo isto, eis que o rapaz olha o velho, que olha o burro, que olha o rapaz, e eis que dizem em uníssono:
“Pôrra, tou farto de bocas. Vamos mas é todos a pé!”
posted by Avô | 11:13 da manhã
12 Comments:
Post Scriptum:
Isto até o título foi complicado de decidir. Já ouvi a história como “O Rapaz, o Velho e o Burro” e como “O Velho, o Rapaz e o Burro”. O pobre jumento, esse coitado, nunca tem hipóteses de figurar no início. Aliás, na história original, a parte em que o burro vai às costas é a mais ridícula. Porque burro é burro e burro é para carregar. Curiosamente, não encontrei ilustração dessa cena, o que indicia que em algumas versões possa nem sequer existir.
Segundo Post Scriptum:
Claro que se houvesse um autocarro que os levasse a todos, se houvesse apoios com fartura, dava para irem todos de cú tremido, para distribuir verbas por todo o lado, sem que a comodidade de um significasse o desconforto do outro, sem que dar dignidade a uma área significasse cortar as pernas a outra. Portanto, eles iam caminhando à espera de boleia, de polegar esticado, como nós vamos sonhando com o advento dos subsídios e patrocínios. Mas a estrada vai vazia e os poucos que passam não param sequer para perguntar o que é que nós queremos ou para onde é que aquele trio fantástico quer ir.
Eh Eh, mais uma vez tá bem bolada a ligação de uma história infantil ao universo do corfebol
Atão e se fossem todos de avião? Assim iam todos de cu tremido e não iam uns de burros e outros de camioneta.
Não consigo tirar este "comentário" que alguém aqui resolveu deixar.
Se alguém souber mexer cm o Blogspot, por favor explique-me como é que se retiram comentários.
...Mas consegui tirar aquele espaço imenso que havia abixo das imagens e já me estava a irritar.
Ó Avô, não se irrite!
Olhe que já não tem idade para isso.
táas a ser atacado pleos spammers.
não há maneira dse tirar essas mensagens?
E, a la Liedson, o Avô resolveu! A necessidade aguça o engenho. Arteroesclerosado ou não, o velhote lá vai dando conta do recado! Que não te faltem as forças, meu velho! Pelo que tenho lido/ouvido isto está prestes a bater no fundo! E tu continuas a não querer ajudar?...
Ou achas que essa postura de Pacheco Pereira, bloguista reivindicativo e inconformado, vai fazer com que algo mude?
Ainda bem que um dia acaba...
Consegui!
E afinal a resposta estava ali mesmo à vista de todos (os bloggers, claro). Estou muito pouco habituado a estas cenas e não vi o íconezinho fatal.
Agora é só estar com atenção e ir eliminando os invasores.
Que o Liedson resolva, hoje, o berbicacho a que os lagartos se votaram. Que a sorte que faltou no XXI esteja agora em Itália.
Não quero mudar o que quer que seja, só quero intervir pacatamente à minha maneira.
Isto não pode bater no fundo. Pelo menos, não pode bater e ficar lá.
Se bater no fundo, então ao menos que o fundo seja uma cama elástica, um trampolim para chegar mais depressa lá acima.
Partilho a tua preocupação, Liedson, mas não o teu fatalismo, e muito menos o teu desejo final. Se achas que é bom que acabe, está mesmo a cravar mais um prego no caixão que estás à espera de ver ser engolido pela terra.
Nem o Liedson resolveu e o sporting foi embora
Atenção que os comentários sobre outros comentários (que acabaram por ser retirados) são sobre mensagens publicitárias que estavam a ser abusivamente inseridas neste espaço.
É que estive agora a dar uma vista de olhos e, para pessoas que só agora leiam, pode parecer que me referia aos comentários que ainda estão visíveis.
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