Blog do Avô

O Primeiro Blogue sobre Corfebol (mas não só) em Portugal!

quarta-feira, outubro 18, 2006

Grandes Portugueses

Pede-nos a Televisão Pública que elejamos o maior Português de todos.
Bolas, tarefa complicada!
Podemos escolher o homem da mercearia que ajuda os necessitados, ou aquela professora que tanto nos marcou, ou os nossos pais, ou os nossos avós, ou o grande amigo de longa data, ou o tipo que filosofa no café enquanto bebemos a bica da ordem. Mas não.
Não que esteja vetada a votação em quem queiramos, mas seria difícil ganharem. Tinha o seu quê de simbólico, mas de simbolismos está a papeleira cheia e a gente quer é ver ganhar quem achemos melhor de entre os que podem mesmo vencer.
Mas, Rebolas, que tarefa complicada!
Como é que se comparam pessoas em contextos tão diferentes na história e na actividade que desempenha(ra)m?
Como comparar Eusébio com Vasco da Gama?, Carlos Paredes com D. João I?, Gil Vicente com Padre António Vieira?, Mário Viegas com Fernão Mendes Pinto?, Mourinho com Bordalo?, o Marquês de Pombal com Bocage?, Camões com Carlos Lopes?, D. Afonso Henriques com Pedro Nunes?, Gago Coutinho com Vasco Santana?, Manoel de Oliveira com Santo António?, João Villaret com Pedro Álvares Cabral?, Antónia Ferreirinha com Amália?, Eunice Muñoz com D. Sebastião?, Belmiro de Azevedo com Saramago?, Aristides de Sousa Mendes com Catarina Eufémia?
Em alguns destes duelos eu até daria o meu veredicto sem grandes dúvidas; mas na maioria dos casos... Trebolas, que tarefa complicadíssima!

Mais fácil é esquecer a Televisão Pública e ir para uma outra instituição – a que congrega em si (quase) todas as Federações Desportivas Nacionais, representando-as de forma meritória e promovendo acções promocionais do fenómeno desportivo como é a Gala do Desporto que organiza anualmente.
E aqui também somos chamados a votar. Mas não será mais fácil comparar a Joana Oliveira com o Ricardo Quaresma?, a Carla Antunes com a Vanessa Fernandes?, o Miguel Costa com o Francis Obikwelu?, ou o Jorge Ramos com o João Cunha e Silva?
Muitos farão um sorriso malandreco e dirão, de si para consigo, que sim, que é mais fácil e que escolheriam precisamente ao contrário da lógica deste texto. Outros pensarão que a nossa modalidade está à frente, em tudo.
Como é destes segundos que gosto mais, apelo ao seu voto. Vão lá e escolham os nossos. Para a segunda fase, diz no site, passam os 5 mais votados. Não é fácil, mas nunca se sabe.

terça-feira, outubro 03, 2006

Aos novos Árbitros

A história que introduz esta intervenção não é minha. É do povo; anda de laringe a tímpano; e reza próximo disto:
Em tempos idos, duas crianças patinavam no gelo. A certa altura, uma delas foi traída por uma camada de gelo mais fina, que se quebrou, e caíu à água gelada.
Longe de tudo, sem se vislumbrar ajuda possível, o outro infante, tenrinho na idade mas consciente da falta que o companheiro lhe faria se ali ficasse, hirto e frio, num aterradoramente gélido limbo, mergulhou para o salvar.
Quando chegou ajuda, encontraram as duas crianças salvas - não totalmente sãs, que o frio não perdoa - e perguntava-se como é que era possível um jovenzito daquela idade ter realizado tão valoroso salvamento. Não era normal que o conseguisse. Seria proposto a milagre, acaso não fossem as gentes da fria terra totalmente ateias.
E no meio destas considerações, eis que um ancião (porque são sempre sábios os anciãos, pelo menos nas histórias) passa e comenta - "A razão porque ele conseguiu, foi não haver em volta quem lhe dissesse que não iria conseguir".
Corfebolistas pouco experientes na arte de soprar oportunamente o apito vão iniciar-se em breve nas arenas do misto jogo. Que sejam como o jovem da história e ninguém lhes diga que não sabem.