Blog do Avô

O Primeiro Blogue sobre Corfebol (mas não só) em Portugal!

segunda-feira, agosto 29, 2005

Perfis

Sou a Maria Sou o João
Tenho 16 anos Tenho 14 anos
Moro em Mem Martins Moro nos Olivais
Nasci em Angola Nasci em Lisboa
Gosto de ler Gosto de jogar Playstation
Gosto de estar com os amigos Gosto de brincar com o meu cão
Adoro Keane e Robbie Williams Adoro Anjos e Shakira
Gosto dos Morangos com Açúcar Gosto dos Malucos do Riso
Gosto de filmes épicos Gosto de filmes de acção
Detesto pessoas mal humoradas Detesto matemática
Odeio o belicismo Odeio o tabaco
Sou simpática e introvertida Sou divertido e teimoso
Gostava de ser Professora Gostava de ser piloto de aviões
Tenho medo do escuro Tenho medo de morrer
Adoro bolo de chocolate Adoro batatas fritas
Odeio peixe cozido Odeio fígado
Gostava de ir ao Brasil Gostava de ir ao Pólo Norte
Gosto de rapazes inteligentes Gosto de raparigas divertidas
Sou benfiquista Sou sportinguista
Gosto de vermelho Gosto de azul
Visto roupa confortável Visto o que estiver na moda
Tenho jeito para desenhar Tenho jeito para cozinhar
Admiro o Camões e os meus pais Admiro o Figo e o Jackie Chan
Jogo Corfebol Jogo Corfebol

terça-feira, agosto 23, 2005

Com Palavras

Oldfield montou o Tubular, Knopfler deu som a Cal, Morricone deu-o a muitos, Vangelis a outros tantos, tudo sem palavras...
E sem palavras Paredes teve os seus Verdes Anos, os Genesis aventuraram-se por um incaracterístico Brazilian.
A ausência de palavras não inibiu o melhor do céltico, do etnográfico, do dito world.
E as palavras não foram preocupação para Ravel, Stauss, Mozart, Wagner, os Bach, Elgar, Verdi, Dvorak, Tchaikovsky, Vivaldi... mesmo que alguns as tenham acabado por utilizar, emprestadas por outros.

Sem palavras Plantu descreveu o Mundo,
Sem palavras Gaudi o enfeitou,
Sem palavras Picasso viu o seu fundo
Que sem palavras Dali aprofundou.

Sem palavras o Chaplin pode ser Charlot,
Sem palavras o Marcel pode ser Marceau,
Mas sem palavras não havia Avô.
E portanto cá estou eu. Palavreando ideias, discorrendo palavras, ao fim de dias de ócio bloguista, sucumbindo à modorra estival, desfalecendo à canícula desmesurada que queima florestas e neurónios.

terça-feira, agosto 09, 2005

O Velho, o Rapaz e o Burro

Eis a Federação de Corfebol do Azberiquistão, adiante reduzida a KFA, e eis a sua recém-eleita direcção que dita os planos para o mandato de 3 anos que tem pela frente.
Novos praticantes, novos treinadores, promoção, formação, mais gente, mais gente, mais gente envolvida no Corfebol, mais Azberiques e Azbericas ligados a esta modalidade que nos apaixona. Muito bem, muito bem, aclamam os apoiantes da nova direcção.
E eis que alguns desconfiados observam os planos e avisam que o vão reprovar. Então para captar novos agentes vamos cortar nas verbas das competições? Vem mais gente, sim senhor, as pessoas vão saber que o Corfebol existe, mas não vai haver apoio a deslocações entre distritos, não se vão pagar os seguros desportivos aos jovens, não se vão aumentar os árbitros, não se vai adquirir material para equipar os pavilhões... só para fazer uns cartazes e uns anúncios nos jornais? Eis então que esse grupo apresenta um novo plano, com ênfase nos aspectos competitivos.
Mas alto lá, diz uma outra facção do Corfebol Azberique. Para terem as competições em grande estilo esquecem-se do que é o principal numa Federação – as suas selecções. Sem o exemplo das selecções não há promoção, sem a motivação de ir à selecção ninguém se empenha nas competições. Então esse plano corta com as despesas das selecções para investir em pagar a árbitros e outras coisas menores? Não pode ser. E, não podendo ser, eis que surge um plano de terceira via, em que as várias selecções da KFA irão orgulhosamente levar as cores do Azberiquistão ao mundo.
Mas eis que a direcção, ainda agora eleita e já com um problema bicudo para resolver, diz que não, que isso não pode ser, que não se podem canalizar os fundos todos para a selecções, que sem novos praticantes, sem promoção, sem boas competições, chegará uma altura em que também não haverá selecções.
E eis que ninguém se entende. Ei-los a puxar dos seus galões, uns pela legitimidade do voto, outros pelos anos de experiência no cargo que esses ora ocupam, outros pelas provas documentais deixadas por esta e outras modalidades, neste e noutros países. E eis que todos reclamam e ninguém tem razão, como em casa onde o pão escasseia.

Alheios a tudo isto, eis que o rapaz olha o velho, que olha o burro, que olha o rapaz, e eis que dizem em uníssono:
“Pôrra, tou farto de bocas. Vamos mas é todos a pé!”

quarta-feira, agosto 03, 2005

O Arrastão


Eram uns 500. Varreram a praia toda.
As pessoas tentavam esconder-se e fugir, para não receberem aqueles papelinhos, mas eles não deram hipóteses. Os papelinhos eram de todas as cores e propagandeavam a existência de um “Deporto Misto – CORFEBOL – Vem Experimentar!”.
Todos vestidos com T-Shirts alusivas a essa seita, a meia centena de jovens só parou quando chegou a polícia, tendo ainda conseguido impingir os panfletos a quase toda a praia.

Afinal eram 50, ou menos. Talvez 40? 30?
A Diana Andringa, por acaso, estava lá a fazer castelos de areia. O Mamadou Ba também lá estava, a bronzear-se (ena, piada tão foleira). A Ana Drago também por lá andava, fazendo desviar para si todos os olhares. Todos juntos, desmascararam a situação.
Eram 30, ou menos. Menos... Sim, decididamente, menos. Uns 20, se tanto. Talvez 15 ou 10. E não foram eles que se dirigiram às pessoas.
O que aconteceu foi que um banhista viu que 3 ou 4 deles – não mais – tinham as tais T-Shirts de Corfebol e, por curiosidade, foi lá perguntar o que era isso. Os jovens, timidamente, lá explicaram que era misto e com cestos altos sem tabela, de verga (não, de plástico, agora são de plástico, corrigiu um deles), e joga-se com uma bola de futebol.
Às tantas, um dos jovens lembrou-se que tinha levado um dos flyers que tinha feito para publicitar o início dos treinos do seu clube. Tinha levado para mostrar ao outros, a ver se estavam fixes. E ofereceu o panfletinho ao banhista.
E o banhista voltou para a sua toalha, mostrando o papelucho aos amigos e explicando que o Corfebol é um desporto onde se toma banho com as gajas e é basket mas com uma bola de futebol e cestos tipo as papeleiras mais beras do Office Centre.

E assim se fez o Arrastão do Corfebol.

Mais a sério, aconselho o visionamento do vídeo “Era uma vez um Arrastão”, da Diana Andringa, em eraumavezumarrastao.net. Demora algum tempo, mas é bom para nos lembrarmos de quão irresponsáveis somos nas nossas atitudes, sempre que estas são ditadas pelos Meios de Canalização das Massas (mais conhecidos por Mass Media). Pode ser que, da próxima vez, pensemos antes de agir, questionemos antes de engolir, investiguemos antes de fazer a vénia e sacar do cutelo.