Argos Upgraded
Tenho um amigo Argonauta que não descansa.
Separou-se dos seus companheiros de aventura quando se apercebeu que era sua intenção cristalizarem-se no mitológico tempo e no helénico espaço, destino paradoxal num grupo viajante e empreendedor.
Pediu o velho Argos emprestado e, Geonauta, conheceu Mundo, em valorosa circumnavegação. Adaptou-o e, Aeronauta, viu de cima a Terra. Melhorou-o e, Astronauta, visitou o nosso Satélite. Aumentou-o e, Cosmonauta, soube de outros mundos.
As suas últimas viagens têm sido como Internauta, ou Cibernauta. Numa delas pedi-lhe boleia. Era, claro, sobre Corfebol, nesse estranho espaço que nos é trazido pela Internet.
Ele devia-me essa viagem. Apesar de sermos quase da mesma idade, dessa antiguidade distante, ele sabia que foi aqui, no espaço virtual, que nasci e que aqui vivo.
Separou-se dos seus companheiros de aventura quando se apercebeu que era sua intenção cristalizarem-se no mitológico tempo e no helénico espaço, destino paradoxal num grupo viajante e empreendedor.
Pediu o velho Argos emprestado e, Geonauta, conheceu Mundo, em valorosa circumnavegação. Adaptou-o e, Aeronauta, viu de cima a Terra. Melhorou-o e, Astronauta, visitou o nosso Satélite. Aumentou-o e, Cosmonauta, soube de outros mundos.
As suas últimas viagens têm sido como Internauta, ou Cibernauta. Numa delas pedi-lhe boleia. Era, claro, sobre Corfebol, nesse estranho espaço que nos é trazido pela Internet.
Ele devia-me essa viagem. Apesar de sermos quase da mesma idade, dessa antiguidade distante, ele sabia que foi aqui, no espaço virtual, que nasci e que aqui vivo.

E assim, partimos à aventura, lembrando os Argonautas. Fizemos a viagem só pelo espaço que de Portugal emana para as malhas da Rede e fizemo-lo em 3 etapas.
1. Os sites
Federação, clubes, outros. Pouco de novo.
A porta de entrada da Teia no Corfebol Português é digna, mas com falhas. Ao longo dos tempos, com remodelações e restylings, parece que falta sempre alguma coisa. Se não é a actualidade, são os conteúdos estáticos, se não é a acessibilidade é o aspecto gráfico. Alguma coisa parece sempre faltar. Mas está lá tudo. O esqueleto parece estar pronto para receber a carne, que já existe em grande quantidade mas que ainda tem buracos, assim como alguns mortos-vivos dos filmes de terror.
A nossa nave ficou presa à porta do site dos Bons Dias. Talvez tenha sido um erro de navegação, mas parece que o projecto se cansou (trocadilho giro, né?... lol, às vezes surpreendo-me com as graçolas).
Voámos aos vizinhos do Odivelas e não encontrámos página própria, mas sim participações regulares no site do Clube. Escondidas, muito escondidas, no meio de um turbilhão de futebol e crises directivas.
O ÉleÁCê (mais uma piadola... quem me pediu para não dizer Láque vai perceber, eheh) é um caso idêntico. O site é do Clube, mas o Corfebol lá está, com notícias e informação diversa. Com muito mais destaque que no caso do Odivelas. Tem fotos, nomes dos jogadores...
Se passarmos para o ÉneCêBê (aqui também há quem desafine se lhe chamam Benfica), a desilusão é grande. Ficamos imediatamente a saber que o “Campeonato começa este fim-de-semana”, o que é muito pouco abonatório da capacidade que o site tem para se actualizar. O meu amigo ainda olhou para o seu relógio, a confirmar em que dia estávamos, mas lá lhe pedi para não se preocupar e levantar a âncora, que mais valia irmos para outras paragens.
Chegámos a Carcavelos, terra de uma equipa que só na Net é que se chama Corfesc. É um site bonitinho, limpinho, que até tem um link para aqui, para o vosso Avô, o que é uma coisa muito à frente. Tem fotos do pessoal, registos das farras... nota-se que vem de gente que se diverte, e isto do Corfebol também passa muito pela diversão. O que salta mais à vista é o “Passatempo Cultural”. Sim, amigos e amigas... Passatempo Cultural. Fui lá com o meu amigo e resolvemos jogar. Era uma pergunta. Como parecia muito fácil para mim, que fui colega de escola do Nico, deixei o argonauta responder. Por isso é que há uma resposta no Geldefsman. Têm de desculpar o tipo, mas o Homero não sabia o que era o Corfebol, ou teria posto um cesto de ouro numa gruta qualquer guardada por uma besta de oito cabeças.
O CCO reformulou o seu site há pouco tempo. É o primeiro site que conheço politicamente correcto, “todos diferentes todos iguais”, a preto ou branco. Não a preto e branco, atenção, mas a preto ou branco. É um site tecnologicamente avançado, com vídeos e tudo. Dominam as notícias sociais, de malta que se diverte, e há uma particular atenção ao campeonato holandês, modelo do que por cá se passa.
O Carnaxide tem duas realidades distintas. No site propriamente dito, há uma imutabilidade quase completa. Muitas fotos, mas só até Janeiro de 2006. Nas notícias, a seguir a uma chamada “começo da época 2006/2007”, há votos de Feliz Natal e um saltinho à convocatória para os sub-19. Pouca coisa, sem dúvida. Os conteúdos fixos parecem bastante completos, com um historial interessante dos treinadores, fichas por atleta e várias informações sobre o Clube e as suas equipas.
O segundo mundo deste site é o seu Fórum. Desde que o da Federação acabou, é aqui que se deve vir quando se quer saber da última bronca, da última polémica, do último desabafo. Alguns temas são de tal forma polémicos que até encravam o servidor.
Fora dos clubes, temos um quase-clube chamado KAK – Klube dos Amigos do Korfebol, com um site simples mas interessante, cheio de informação, apesar da pouca dimensão do projecto.
Há ainda o Go Korfball, que sofreu uma remodelação muito positiva. Aquele zepelim que passeava pela Ponte 25 de Abril (como ironizava uma pessoa muito especial, será que devíamos voltar a chamar-lhe Ponte Salazar?) e os menus que abriam de forma confusa já chateavam um bocado e agora... voilá!... temos um site novo, bem mais giro (mas as opiniões são como os fusos das rocas) e funcional. Abre com um poema que já li nestas paragens (em relação ao qual também acredito que as opiniões se dividam) e tem lá o que o projecto será este ano, só com miúdos mas com o mesmo entusiasmo.
2. Os Blogues
Ora o mais fantástico de todos, o que só fala de Corfebol, o de quem todos falam, é este, the one and only, o deste vosso Avô que vos fala. Mas que deste não irá falar, por modéstia, talvez falsa. O argonauta diz que gostou. É um tipo que gosta de referências variadas, de conversar sobre muita coisa e, mesmo que caia tudo no inevitável Corfebol, cada texto tem um bocadinho de cultura, de ideias soltas, e o meu amigo gosta disso.
Mas o fascinante é verificar quantos corfers têm o seu blogue, onde falam de tudo e de Corfebol também. Desde a professora que, por falar pelos cotovelos, teve um blogue de prenda de anos, passando por baboseiras várias e assumidas, pelas crónicas de alguns desterrados, pelos temas de que alguém acha graça, por alguém que afasta os medos de alguém para longe, pelo treinador e jogador que se queixa de um fim de semana para esquecer...
Para os encontrar a todos basta pesquisar por este nome que não é tão comum de utilizar noutras paragens senão pelas nossas próprias. “Corfebol” tem essa vantagem. É nosso e pouco mais que nosso!
Claro que também se tropeça com desagrado em alguns comentários sarcásticos de quem nem sabe o que o Corfebol é. Há muita má língua associada ao que se desconhece. Faz parte da vida e é esta vida que temos de viver.
3. Os Hi5
O Argos levou-nos, na terceira etapa desta viagem, a um mundo mais exótico para mim. Ter um blogue já foi um verdadeiro choque tecnológico para este ancião.
Não consegui ainda digerir esta coisa dos HiFives. Parece-me um puro exercício de voyeurismo e exposição voluntária. Limita-se a compilar fotografias e listas de supostos amigos, comentando-se uns aos outros (os amigos comentam as fotos dos amigos que comentaram as suas próprias fotos). A colecção de amigos é um sinal de status para a nova geração. “Ele já tem x amigos” vale o “ele já tem a caderneta do Mundial completa” de antigamente, ou o “ela namora com o presidente da associação de estudantes”. A popularidade de alguém mede-se por aí.
Faz sentido. O pessoal de agora já não conversa no café. Quando lá estão, agarram-se ao telemóvel e mandam sms para quem não estiver lá. E os que estão, e que estiveram a ser ignorados mutuamente porque os telemóveis eram mais importantes, despedem-se com um “então até já; apareces no MSN?”.
Navegar pelo Hi5 parecia-nos mais complicado que pelos blogues e muito mais que pelos sites oficiais. Não percebemos se havia maneira de pesquisar por palavras - digitar o tal “corfebol” e receber uma lista de todos quantos dedicam a esta mágica palavra um cantinho no seu Hi5.
Mas, afinal, até foi fácil. Basta encontrar um e olhar para os amigos. Alguém que jogue Corfebol tem amigos que joguem Corfebol. É quase LaPalissiano. Olhando para fuças e nomes, salta-se de página em página e chega-se à conclusão que seria uma tarefa infindável descobrir quem e quantos aderiram a esta nova e fantástica forma de comunicar. São muitos, acreditem, muitos mesmo. E não são só jovens imberbes. Há muito cota lá pelo meio. Não tanto como eu ou o argonauta, claro, mas malta que já se esperava estar desligada destas novidades da tecnologia.
1. Os sites
Federação, clubes, outros. Pouco de novo.
A porta de entrada da Teia no Corfebol Português é digna, mas com falhas. Ao longo dos tempos, com remodelações e restylings, parece que falta sempre alguma coisa. Se não é a actualidade, são os conteúdos estáticos, se não é a acessibilidade é o aspecto gráfico. Alguma coisa parece sempre faltar. Mas está lá tudo. O esqueleto parece estar pronto para receber a carne, que já existe em grande quantidade mas que ainda tem buracos, assim como alguns mortos-vivos dos filmes de terror.
A nossa nave ficou presa à porta do site dos Bons Dias. Talvez tenha sido um erro de navegação, mas parece que o projecto se cansou (trocadilho giro, né?... lol, às vezes surpreendo-me com as graçolas).
Voámos aos vizinhos do Odivelas e não encontrámos página própria, mas sim participações regulares no site do Clube. Escondidas, muito escondidas, no meio de um turbilhão de futebol e crises directivas.
O ÉleÁCê (mais uma piadola... quem me pediu para não dizer Láque vai perceber, eheh) é um caso idêntico. O site é do Clube, mas o Corfebol lá está, com notícias e informação diversa. Com muito mais destaque que no caso do Odivelas. Tem fotos, nomes dos jogadores...
Se passarmos para o ÉneCêBê (aqui também há quem desafine se lhe chamam Benfica), a desilusão é grande. Ficamos imediatamente a saber que o “Campeonato começa este fim-de-semana”, o que é muito pouco abonatório da capacidade que o site tem para se actualizar. O meu amigo ainda olhou para o seu relógio, a confirmar em que dia estávamos, mas lá lhe pedi para não se preocupar e levantar a âncora, que mais valia irmos para outras paragens.
Chegámos a Carcavelos, terra de uma equipa que só na Net é que se chama Corfesc. É um site bonitinho, limpinho, que até tem um link para aqui, para o vosso Avô, o que é uma coisa muito à frente. Tem fotos do pessoal, registos das farras... nota-se que vem de gente que se diverte, e isto do Corfebol também passa muito pela diversão. O que salta mais à vista é o “Passatempo Cultural”. Sim, amigos e amigas... Passatempo Cultural. Fui lá com o meu amigo e resolvemos jogar. Era uma pergunta. Como parecia muito fácil para mim, que fui colega de escola do Nico, deixei o argonauta responder. Por isso é que há uma resposta no Geldefsman. Têm de desculpar o tipo, mas o Homero não sabia o que era o Corfebol, ou teria posto um cesto de ouro numa gruta qualquer guardada por uma besta de oito cabeças.
O CCO reformulou o seu site há pouco tempo. É o primeiro site que conheço politicamente correcto, “todos diferentes todos iguais”, a preto ou branco. Não a preto e branco, atenção, mas a preto ou branco. É um site tecnologicamente avançado, com vídeos e tudo. Dominam as notícias sociais, de malta que se diverte, e há uma particular atenção ao campeonato holandês, modelo do que por cá se passa.
O Carnaxide tem duas realidades distintas. No site propriamente dito, há uma imutabilidade quase completa. Muitas fotos, mas só até Janeiro de 2006. Nas notícias, a seguir a uma chamada “começo da época 2006/2007”, há votos de Feliz Natal e um saltinho à convocatória para os sub-19. Pouca coisa, sem dúvida. Os conteúdos fixos parecem bastante completos, com um historial interessante dos treinadores, fichas por atleta e várias informações sobre o Clube e as suas equipas.
O segundo mundo deste site é o seu Fórum. Desde que o da Federação acabou, é aqui que se deve vir quando se quer saber da última bronca, da última polémica, do último desabafo. Alguns temas são de tal forma polémicos que até encravam o servidor.
Fora dos clubes, temos um quase-clube chamado KAK – Klube dos Amigos do Korfebol, com um site simples mas interessante, cheio de informação, apesar da pouca dimensão do projecto.
Há ainda o Go Korfball, que sofreu uma remodelação muito positiva. Aquele zepelim que passeava pela Ponte 25 de Abril (como ironizava uma pessoa muito especial, será que devíamos voltar a chamar-lhe Ponte Salazar?) e os menus que abriam de forma confusa já chateavam um bocado e agora... voilá!... temos um site novo, bem mais giro (mas as opiniões são como os fusos das rocas) e funcional. Abre com um poema que já li nestas paragens (em relação ao qual também acredito que as opiniões se dividam) e tem lá o que o projecto será este ano, só com miúdos mas com o mesmo entusiasmo.
2. Os Blogues
Ora o mais fantástico de todos, o que só fala de Corfebol, o de quem todos falam, é este, the one and only, o deste vosso Avô que vos fala. Mas que deste não irá falar, por modéstia, talvez falsa. O argonauta diz que gostou. É um tipo que gosta de referências variadas, de conversar sobre muita coisa e, mesmo que caia tudo no inevitável Corfebol, cada texto tem um bocadinho de cultura, de ideias soltas, e o meu amigo gosta disso.
Mas o fascinante é verificar quantos corfers têm o seu blogue, onde falam de tudo e de Corfebol também. Desde a professora que, por falar pelos cotovelos, teve um blogue de prenda de anos, passando por baboseiras várias e assumidas, pelas crónicas de alguns desterrados, pelos temas de que alguém acha graça, por alguém que afasta os medos de alguém para longe, pelo treinador e jogador que se queixa de um fim de semana para esquecer...
Para os encontrar a todos basta pesquisar por este nome que não é tão comum de utilizar noutras paragens senão pelas nossas próprias. “Corfebol” tem essa vantagem. É nosso e pouco mais que nosso!
Claro que também se tropeça com desagrado em alguns comentários sarcásticos de quem nem sabe o que o Corfebol é. Há muita má língua associada ao que se desconhece. Faz parte da vida e é esta vida que temos de viver.
3. Os Hi5
O Argos levou-nos, na terceira etapa desta viagem, a um mundo mais exótico para mim. Ter um blogue já foi um verdadeiro choque tecnológico para este ancião.
Não consegui ainda digerir esta coisa dos HiFives. Parece-me um puro exercício de voyeurismo e exposição voluntária. Limita-se a compilar fotografias e listas de supostos amigos, comentando-se uns aos outros (os amigos comentam as fotos dos amigos que comentaram as suas próprias fotos). A colecção de amigos é um sinal de status para a nova geração. “Ele já tem x amigos” vale o “ele já tem a caderneta do Mundial completa” de antigamente, ou o “ela namora com o presidente da associação de estudantes”. A popularidade de alguém mede-se por aí.
Faz sentido. O pessoal de agora já não conversa no café. Quando lá estão, agarram-se ao telemóvel e mandam sms para quem não estiver lá. E os que estão, e que estiveram a ser ignorados mutuamente porque os telemóveis eram mais importantes, despedem-se com um “então até já; apareces no MSN?”.
Navegar pelo Hi5 parecia-nos mais complicado que pelos blogues e muito mais que pelos sites oficiais. Não percebemos se havia maneira de pesquisar por palavras - digitar o tal “corfebol” e receber uma lista de todos quantos dedicam a esta mágica palavra um cantinho no seu Hi5.
Mas, afinal, até foi fácil. Basta encontrar um e olhar para os amigos. Alguém que jogue Corfebol tem amigos que joguem Corfebol. É quase LaPalissiano. Olhando para fuças e nomes, salta-se de página em página e chega-se à conclusão que seria uma tarefa infindável descobrir quem e quantos aderiram a esta nova e fantástica forma de comunicar. São muitos, acreditem, muitos mesmo. E não são só jovens imberbes. Há muito cota lá pelo meio. Não tanto como eu ou o argonauta, claro, mas malta que já se esperava estar desligada destas novidades da tecnologia.
Para existir é preciso estar no Hi5.
Ainda bem que não existo!
Ainda bem que não existo!