Blog do Avô

O Primeiro Blogue sobre Corfebol (mas não só) em Portugal!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Jogar com o Árbitro

Há uns anos, lembro-me da indignação de muitos quando um treinador de topo, no nosso Corfebol nacional, disse publicamente que se devia jogar com o árbitro. Jogar com o árbitro foi interpretado de várias maneiras, resumindo-se, na súmula das opiniões, a jogar de acordo com aquilo que o árbitro permitisse. Se ele não vê as faltas na assistência, para quê deixar de as fazer? Se ele vê os passos que há e os que não há, tenhamos cuidado com isso.
E daí, cedo se passa da acção para a reacção. Se ele não vê as faltas no poste e o adversário não deixa de as fazer, então temos nós também de as fazer, pois que não nos chamem anjinhos quando perdermos os jogo.
Jogar com o árbitro é, pois, esticar a corda nos primeiros 10 minutos, ou por aí, para ver até onde ela aguenta o esticão. É analisar com olho de lince onde é que fica a fronteira do permitido e do apitável. É receber toque e dar empurrão, se o toque não for sancionado; é receber empurrão e dar cotovelada, se o empurrão não for sancionado; é parar por aí e escrever no bloco de notas que empurrões sim, que o gajo não vê, mas cotovelas não, que essas ele já apita.
Mas recentemente, muito recentemente, assisti a uma situação que me faz brilhar aquela centelha de admiração pela modalidade que abracei. Não foi uma coisa única, nem algo que desse muito nas vistas, mas acho que deve ser digno de registo. Quanto mais não seja - quem sabe? - servirá de exemplo para outros. Tanto mais que veio de um ex-internacional, pessoa reconhecidamente recta e um daqueles que mais amigos vai cultivando pelos vários clubes por onde tem passado.
E a identificação fica por aqui, que isto com muita discrição perde a piada.
Jogava esse atleta de uma forma que começou a perturbar o adversário. Demasiada utilização dos braços na defesa. Vai em direcção à bola... braço. Vai para a assistência... braço.
E poucas vezes a palavra desembaraçar viria tão a propósito, se lhe tirassem o primeiro "a".
O adversário começou a queixar-se, esperando que o dono do apito reparasse na forma irregular como estava a ser impedido de atingir os seus objectivos.
Mas este estava mais preocupado com outras questões que se passavam no campo. Alguns pormenores ia vendo bem, outros nem por isso, outros - a maioria - nem sei se via bem ou mal, pois que bem melhor que o espectador (seja um espectador dentro ou fora do campo, que os jogadores também olham) ele sabe ajuizar e bem melhor que o espectador estava na posição de o fazer. Só não via a questão dos braços. Essa, a quase todos os espectadores também passava ao lado. Só dois - o que usava os braços e o que os sentia como grilhões - é que estavam na perfeita posição para verificarem o que se estava a passar.
A certa altura, talvez aos tais 10 minutos, a situação parou. Como jogador experiente, o prevaricador sabia adoptar formas diferentes de jogar, de acordo com as vicissitudes do momento.
Mas então, se o sabia, e se o árbitro não via, porque não "jogar com o árbitro"? Estava a resultar, o árbitro não via... Porque não continuar?
Porque, meus amigos, há quem tenha valores acima desses que dizem para esticar a corda. O reconhecimento de rectidãoe a amizade a que aludi atrás não se conquistam pelos lindos olhos. Há que cultivá-los.
Há que ser, verdadeiramente, recto. E este defesa foi-o, ao abdicar de uma forma de jogar que percebeu ser irregular, apesar de não ser sancionada pelo juiz.
Há que ser, verdadeiramente, amigo. E este defesa foi-o, ao dirigir-se ao adversário no intervalo e pedir desculpa pela forma como estava a jogar e dizendo que, ao aperceber-se, corrigiu.
Se todos fôssemos assim, a tarefa dos árbitros era tão mais fácil!

terça-feira, janeiro 09, 2007

Pub

Sempre bem dispostos... Muitos Amigos... Sorrisos nos lábios...
Ou têm pais ricos, ou ganharam a lotaria...
Ou jogam Corfebol!
Quem sabe, sabe; e os corfebolistas é que sabem!