Via LACtea
Quando se faz a passagem de época, costuma haver a doce expectativa de adivinhar quem teremos nós ao lado no ano que vem. Não só entre os atletas de cada equipa, mas entre as equipas de cada clube e até entre os clubes de cada país. Uns vão, outros virão... em qualquer uma das três realidades.
A terceira realidade a que aludi é a mais perene, mas também a mais importante. Que clubes teremos entre nós na próxima época?
Acho que não haverá alterações e isso é tão passível de uma interpretação negativa como positiva. Negativa porque devíamos ter emblemas novos a participar; positiva, numa perspectiva algo conformista, porque se olharmos para o ano passado, tivemos uma saída e zero entradas e o saldo neutro até nem seria mau de todo.
Mas acho que ninguém está em vias de sair. E até pode ser que haja entradas. Talvez regressos. Novas vontades na distante Batalha? Novo sangue nos jovens abençoados pela Santa Doroteia?
Sem dados avançados sobre isso, resta-me esperar para ver e comentar mais tarde. E hoje, avançar com a outra hipótese, cavalo de batalha de sempre, adiada quase sempre – os clubes novos, aqueles que metem as nº 5 nas vergas ou nos ecopontos pela primeira vez.
O último, meus amigos, fê-lo já vai para três anos.
O projecto do LAC foi inovador em Portugal. Baseou-se em dois grupos distintos mas complementares – em primeiro lugar, uma equipa experiente, que ganhou todos os jogos que realizou na 2ª Divisão e ainda logrou sonhar na Taça. Em contraponto, uma equipa de formação com uma margem de progressão fantástica, que se revela agora nas nossas selecções jovens.
Talvez o fosso tivesse sido grande demais para a continuidade do projecto. Sentiu-se bastante a dificuldade em manter um nível qualitativo elevado, pela demora com que os mais jovens vão chegando ao pé dos seus ídolos. Aos poucos, isso vai acontecendo, mas é extrema a juventude do grupo de formação e lento o processo de crescimento, mesmo que, lá nos andares de cima do prédio evolutivo, estrelas maiores do Corfebol Português estiquem lençóis pela janela, para que os dos andares mais baixos trepem rapidamente para mais perto do topo.
Um dos segredos do sucesso, talvez o mais marcante, é que ambos os grupos têm treinadores talhados para os seus objectivos – de um lado, um treinador que não se vê noutra posição que não o topo, o ganhar sempre. Não é por acaso que muitos lhe chamam o Mourinho do Corfebol. Do outro lado, uma Professora, e acentue-se a maiúscula do “P”, com uma capacidade de disciplinar enquanto desenvolve capacidades, de educar enquanto fabrica campeões. Não são, felizmente, os únicos treinadores no Corfebol nacional com estas características. O que é raro é encontrarmos clubes com as pessoas certas nas equipas certas, e o LAC tem-nas (às pessoas e às equipas).
A forma como este núcleo começou foi polémica. Se a equipa de formação era um prolongamento do trabalho realizado numa escola, o que é perfeitamente pacífico e aconselhável, a equipa principal causou grandes sururus, pois que para cumprir com os seus desígnios teria de ir buscar atletas já formados. E os clubes de origem não gostaram. Ninguém gosta de ver sair os seus atletas e ainda não há cláusulas compensatórias na nossa realidade.
O aliciamento teve como forma principal a promessa de uma Primeira Divisão perfeitamente alcançável, mas houve mais argumentos. A orientação era sólida e até havia um Clube por trás a ver no Corfebol o que muitos não conseguem – a capacidade que esta modalidade tem de dar uma expressão maior a pequenas agremiações. Perdido num Bairro tradicional lisboeta, encravado entre a Serra e o Aqueduto, o Liberdade abraçou os seus corfebolistas e hoje tem neles a alma que o agita.
Seria bom haver mais Élácês. Seria bom que um Élácê aparecesse todos os anos. A Via LACtea parece uma boa via para o desenvolvimento. Polémicas à parte sobre como iriam buscar o seu núcleo duro, o importante a salientar é a quantidade de novos atletas que poderiam advir de novos projectos, desde que consistentes e competentes.
E também, obviamente, a existência de mais clubes. Talvez o passo de limitar a equipas “A” a 1ª Divisão tenha sido maior que as pernas do Corfebol nacional. Mas o importante não é criticar as medidas. É, sim, fomentar o crescimento que leve a que as medidas se mostrem, afinal, correctas.
O Corfebol, quando Luta e Acredita, quase sempre Consegue.
A terceira realidade a que aludi é a mais perene, mas também a mais importante. Que clubes teremos entre nós na próxima época?
Acho que não haverá alterações e isso é tão passível de uma interpretação negativa como positiva. Negativa porque devíamos ter emblemas novos a participar; positiva, numa perspectiva algo conformista, porque se olharmos para o ano passado, tivemos uma saída e zero entradas e o saldo neutro até nem seria mau de todo.
Mas acho que ninguém está em vias de sair. E até pode ser que haja entradas. Talvez regressos. Novas vontades na distante Batalha? Novo sangue nos jovens abençoados pela Santa Doroteia?
Sem dados avançados sobre isso, resta-me esperar para ver e comentar mais tarde. E hoje, avançar com a outra hipótese, cavalo de batalha de sempre, adiada quase sempre – os clubes novos, aqueles que metem as nº 5 nas vergas ou nos ecopontos pela primeira vez.
O último, meus amigos, fê-lo já vai para três anos.
O projecto do LAC foi inovador em Portugal. Baseou-se em dois grupos distintos mas complementares – em primeiro lugar, uma equipa experiente, que ganhou todos os jogos que realizou na 2ª Divisão e ainda logrou sonhar na Taça. Em contraponto, uma equipa de formação com uma margem de progressão fantástica, que se revela agora nas nossas selecções jovens.
Talvez o fosso tivesse sido grande demais para a continuidade do projecto. Sentiu-se bastante a dificuldade em manter um nível qualitativo elevado, pela demora com que os mais jovens vão chegando ao pé dos seus ídolos. Aos poucos, isso vai acontecendo, mas é extrema a juventude do grupo de formação e lento o processo de crescimento, mesmo que, lá nos andares de cima do prédio evolutivo, estrelas maiores do Corfebol Português estiquem lençóis pela janela, para que os dos andares mais baixos trepem rapidamente para mais perto do topo.
Um dos segredos do sucesso, talvez o mais marcante, é que ambos os grupos têm treinadores talhados para os seus objectivos – de um lado, um treinador que não se vê noutra posição que não o topo, o ganhar sempre. Não é por acaso que muitos lhe chamam o Mourinho do Corfebol. Do outro lado, uma Professora, e acentue-se a maiúscula do “P”, com uma capacidade de disciplinar enquanto desenvolve capacidades, de educar enquanto fabrica campeões. Não são, felizmente, os únicos treinadores no Corfebol nacional com estas características. O que é raro é encontrarmos clubes com as pessoas certas nas equipas certas, e o LAC tem-nas (às pessoas e às equipas).
A forma como este núcleo começou foi polémica. Se a equipa de formação era um prolongamento do trabalho realizado numa escola, o que é perfeitamente pacífico e aconselhável, a equipa principal causou grandes sururus, pois que para cumprir com os seus desígnios teria de ir buscar atletas já formados. E os clubes de origem não gostaram. Ninguém gosta de ver sair os seus atletas e ainda não há cláusulas compensatórias na nossa realidade.
O aliciamento teve como forma principal a promessa de uma Primeira Divisão perfeitamente alcançável, mas houve mais argumentos. A orientação era sólida e até havia um Clube por trás a ver no Corfebol o que muitos não conseguem – a capacidade que esta modalidade tem de dar uma expressão maior a pequenas agremiações. Perdido num Bairro tradicional lisboeta, encravado entre a Serra e o Aqueduto, o Liberdade abraçou os seus corfebolistas e hoje tem neles a alma que o agita.
Seria bom haver mais Élácês. Seria bom que um Élácê aparecesse todos os anos. A Via LACtea parece uma boa via para o desenvolvimento. Polémicas à parte sobre como iriam buscar o seu núcleo duro, o importante a salientar é a quantidade de novos atletas que poderiam advir de novos projectos, desde que consistentes e competentes.
E também, obviamente, a existência de mais clubes. Talvez o passo de limitar a equipas “A” a 1ª Divisão tenha sido maior que as pernas do Corfebol nacional. Mas o importante não é criticar as medidas. É, sim, fomentar o crescimento que leve a que as medidas se mostrem, afinal, correctas.