Blog do Avô

O Primeiro Blogue sobre Corfebol (mas não só) em Portugal!

sábado, outubro 27, 2007

A Galinha Ruiva

A Galinha Ruiva pediu ao Cão, ao Gato, ao Porco e ao Rato que a ajudassem a formar os Órgãos Sociais da sua Federação de Corfebol.
- Não – disseram o Cão, o Gato, o Porco e o Rato.
- Está bem – disse a Galinha Ruiva – formo eu sozinha.

A Galinha Ruiva pediu ao Cão, ao Gato, ao Porco e ao Rato que a ajudassem a divulgar as actividades da sua Federação.
- Não – disseram o Cão, o Gato, o Porco e o Rato.
- Está bem – disse a Galinha Ruiva – divulgo eu sozinha.

A Galinha Ruiva pediu ao Cão, ao Gato, ao Porco e ao Rato que a ajudassem a encontrar árbitros para apitar os jogos.
- Não – disseram o Cão, o Gato, o Porco e o Rato.
- Está bem – disse a Galinha Ruiva – encontro eu sozinha.

A Galinha Ruiva pediu ao Cão, ao Gato, ao Porco e ao Rato que a ajudassem a encontrar patrocinadores para a sua Federação.
- Não – disseram o Cão, o Gato, o Porco e o Rato.
- Está bem – disse a Galinha Ruiva – procuro eu sozinha.

A Galinha Ruiva pediu ao Cão, ao Gato, ao Porco e ao Rato que a ajudassem a dar formação de Corfebol a professores.
- Não – disseram o Cão, o Gato, o Porco e o Rato.
- Está bem – disse a Galinha Ruiva – dou eu sozinha.

A Galinha Ruiva pediu ao Cão, ao Gato, ao Porco e ao Rato que jogassem Corfebol com ela.
- Sim! – disseram o Cão, o Gato, o Porco e o Rato.
- Não – disse a Galinha Ruiva – jogo eu sozinha.

Esta é uma fábula infantil tradicional ligeiramente adaptada à nossa realidade. Mas foi preciso uma adaptação tão ligeira que até assusta. A realidade, neste caso, está bem perto da ficção e a moral da história ainda vai acabar por se abater sobre nós todos. Se não ajudarmos a fazer o pão, um dia também não o comeremos. A única diferença é que, no nosso caso, a Galinha Ruiva não pode comer o pão sozinha, como fez na fábula.

Quando um grupo interessado em fazer qualquer coisa pelo colectivo pede ajuda, temos de pensar o que é podemos fazer para colaborar. Usando uma fase esgotada, não pensar o que é que o Corfebol pode fazer por nós mas sim o que é que nós podemos fazer pelo Corfebol.
Há uma nova dinâmica no Corfebol português. Continuo a achar que é uma dinâmica escondida, que tarda a fazer-se mostrar (o Vento continua a muito pouco me dizer), mas ela existe.
Portanto, aproveitem agora para dar os necessários passos em frente. Saiam de trás das rochas em que se esconderam durante tanto tempo e digam “Presente!”. Aqueles que o têm feito podem confirmar-vos que, depois, a satisfação de ver as coisas feitas é mito maior.
Claro que é mais fácil continuar atrás da rocha e ir mandando pedras indiscriminadas. Claro que é mais fácil dizer que está tudo mal, sem alguma vez sabermos se faríamos melhor se a isso nos dispuséssemos.
Mas das facilidades não reza a História. E, mais do que ganhar jogos, é Campeão quem nos consegue pôr os jogos na bandeja para que os possamos ganhar.

terça-feira, outubro 16, 2007

O Vento nada me diz

Pergunto ao vento que passa notícias do meu País e o vento cala a desgraça; o vento nada me diz.
A palavra "desgraça" está exagerada, claro, mas vocês percebem, não é?

Um quarto de século após a morte de um grande vulto, cá estou eu com a minha mania de marcar efemérides, sejam elas boas ou más ou assim-assim. E esta deve mesmo ser marcada.
Pois pego nestas palavras de Alegre, imortalizadas pela música de Adriano, e penso no meu País, este Corfebol do qual o vento nada me diz. Não porque cale a desgraça, penso eu, mas porque não tem mesmo o que dizer.

Depois da tempestade, veio a bonança, a calma, a ausência do restolhar breve de uma folha num passadiço outonal. Talvez porque não seja ainda Outono, apesar de já o ser.
Is there anybody out there?, perguntariam vozes mais agitadas que a de Adriano. E o vento continuaria a nada lhes dizer.

Temos um Corfebol novo. Temos esperança. Temos vontade de acreditar na vontade de fazer. Temos, tenho a certeza que temos... tarda é em dar sinais de vida.

É que nem as competições self-service apareceram!