Blog do Avô

O Primeiro Blogue sobre Corfebol (mas não só) em Portugal!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Otite

Somos um Micro-Estado dentro do Estado. À nossa escala, temos de ter o que o Estado tem.
Não temos OPAs hostis, mas temos transferências polémicas de jogadores supostamente assediados.
Não temos escutas telefónicas, mas temos controlo e divulgação de votos electrónicos.
Não temos escolas para encerrar, mas temos clubes em risco.
Não temos o Vítor Baía mas temos o Emi74.
Não temos o Rock in Rio, mas temos o GoKorfball.
Não temos o José Hermano Saraiva, mas temos o Näas.
E também temos a nossa pequena Ota. Tão pequena que é mais uma Otite.
A tendência do povo é criticar tudo o que implique custos. Principalmente aqueles custos de tal forma elevados que não se chega lá nem com uma mão cheia de Jackpots do Euromilhões. Criou-se para esses casos a expressão “faraónico”, como se infra-estruturas de transportes pudessem ser comparáveis a túmulos com fins meramente ostentativos e místicos.
Odeio essa visão. Faz-me comichão. Não sou aquilo a que a anedota chama um “otário”, porquanto não defendo a Ota pela Ota. Não sei se a Ota será o melhor sítio ou não. Tenho alguma tendência para confiar nos técnicos, dando o devido desconto ao facto de serem condicionados pelos políticos que, por sua vez, são condicionados pelo lobbies. Os técnicos, pelo menos aqueles a quem foi dada voz, proclamam com alguma regularidade que é na Ota que se deve edificar essa obra monumental que é um novo aeroporto. Alguns são contra, mas menos, parece-me, e eu tenho tendência para confiar nos técnicos, nunca é demais referir.
O problema maior não é o sítio. É se deve ou não deve haver um novo aeroporto. E, mais uma vez, confio nos técnicos, que dizem que o actual estará esgotado a curto prazo, sem capacidade para responder às necessidades, e naqueles que dizem que os riscos de segurança são enormes quando aquelas coisas enormes que são os aviões sobrevoam a cada minuto, numa altitude assustadoramente reduzida, uma Capital densamente povoada.
Não se faça. E quando estivermos, daqui a uns anos, a olhar mais uma vez para o défice e para o estado da economia, talvez alguém diga que foi um disparate não pensar “a la longue” e ver que o investimento num novo aeroporto traria o suporte necessário (ou um deles, que não é um ponto que faz a linha) à saúde económica do País. Não se faça. E quando estivermos, numa data impossível de antever e que todos queremos que nunca exista, a contar as vítimas de uma queda de avião em plena Cidade, não vai faltar quem afirme, como se nunca tivesse dito outra coisa, que já se devia ter construído o novo aeroporto e que os milhões que isso custa não pagariam nunca a dor da destruição e da morte.
Ora a nossa otite não custa milhões. São só 500 Euros. Mas nós também não movimentamos o que o Estado-Pai movimenta. A faraónica tarefa desta Federação é mudar o seu logotipo. Um logo que é fraco, vazio, pouco trabalhável, desactualizado.
Quem é que diz isto? Envergonhado por bater sempre na mesma sequência de teclas, dir-vos-ei que são os técnicos. Não acredito que a FPC tenha encomendado estudos técnicos com a profundidade e profissionalismo que se exige, por exemplo, quando o que está em causa é um aeroporto. No entanto, diz-me a experiência e sussurra-me quem lida com estas coisas, que é frequente o logo da FPC ser criticado, devido a essas fracas características, por designers e marketeers e demais experts com pomposos títulos anglófonos.
Mas meio milhar de moedas uniêuricas só para fazer um boneco?... Então faço-o eu e até faço um desconto. Um rabisco a fingir de cesto, uma cena que finja de bola, cores da bandeira, um toque de dinamismo numa figura em movimento e já está. Paguem-me uma viagem à Holanda e dou-vos o boneco.
Pois é, mas o logotipo da FPC não pode ser só um boneco, feito às três pancadas e meia. O logotipo da FPC é o seu (e, portanto, o nosso, do Corfebol Português) cartão de visita, porta da frente, olha-nós-aqui, postigo, bandeira, primeiro olhar, estes-somos-nós, ícone remissivo, estandarte, identificação imediata, hall de entrada, sala de visitas, janela, fotografia, posto fronteiriço. É por ele que lá de fora nos vão ver em primeiro lugar. Quanto melhor for, melhor será a nossa imagem.
Portanto, um concurso com prémio é um investimento. Faz com que haja gente a esforçar-se para ganhar. Faz com que haja muita gente interessada. Do esforço, do interesse, da quantidade, nascerá, estou certo, a qualidade. Não quer dizer que, se fosse oferecida uma t-shirt e um passou-bem, não pudesse aparecer a mesma proposta que até irá ganhar os 500 euros, mas as probabilidades eram menores. E, nestas coisas, não convém jogar às probabilidades.
500 Euros é um intermédio entre aquilo que é expectável na malta do corf e aquilo que fará mexer uma empresa com contratos avultados. É o misto nascido do casamento entre as Meninas Possibilidade e Necessidade (agora já se pode, não é? Em Portugal não, mas está quase).
E sem guito à mistura, como é que se iam exigir aquelas coisas esquisitas para os leigos, como a “memória descritiva” e o “formato vectorial”? É uma questão de separar as águas e dizer, claramente, que se quer algo de profissional, que fique para o futuro.
É uma Ota, uma Otinha, uma Otite. Será sempre criticada por uns; será defendida por outros. O futuro revelará se valeu a pena ou se alma foi pequena.

Corfebolopédia - ABCDE

Ana Correia
Personalidade polémica, de relacionamentos extremos, fez parte dos pioneiros da Secundária de Odivelas. Até chegar hoje ao Carcavelos, já passou por várias paragens, sempre com um envolvimento muito grande nas estruturas dos vários clubes. Pertenceu aos fundadores do CAO, transitou para o Sassoeiros e ainda pelo Odivelas FC.
Foi Vice-Presidente da FPC, tendo colaborado com a Direcção seguinte durante um período de transição.
Como atleta, chegou a internacional. Tem um currículo longo, apesar de intermitente, como árbitra e treinadora, funções que exerce actualmente.

Banco
Haverá alguém que goste de aquecer as tábuas dos bancos suecos? Bom seria que pudessem jogar todos, mas não dá. Ficar no banco é sempre frustrante, causa nervoso miudinho, mas alguém tem de lá estar (ou devia, idealmente).

Comunicação Social
Aparições fugazes, com pouca expressão. É o que temos, apesar de muitos esforços, talvez pouco concertados. Um conhecimento aqui, umas linhas ali, uns minutos de tempo de antena... Merecíamos mais, pensamos todos.

Duarte Alão
Atleta, Dirigente e Treinador do ISEF AC e do CCO, foi o responsável pela introdução na modalidade de muitos atletas (hoje mais visíveis no LAC). Foi internacional sénior, não muito assiduamente.

Estoril
A excelência na organização do Campeonato da Europa Sénior de 1998 deu uma imagem muito positiva da capacidade organizativa nacional e do excelente momento que o Corfebol português vivia nessa altura. As boas vindas à nata do Corfebol europeu foram dadas de uma forma profissional, com grande investimento da FPC.
Até o resultado desportivo ajudou. O 3º lugar veio confirmar a classificação da Índia e colocou definitivamente Portugal entre os grandes do Mundo.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Corfebolopédia - VWX

Vasco Condado
Segundo Presidente da FPC, passou antes pela Mesa da Assembleia Geral, a que presidiu durante os primeiros mandatos. Iniciou-se como atleta e dirigente no ISEF AC.
Notabilizou-se com a formação da equipa do Colégio de Santa Doroteia, com grande sucesso nas competições jovens (Campeão Nacional de sub-15 e sub-19) e escola de formação de muitos dos atletas que têm passado pelas selecções nacionais.
Este ano, entrou em competição (Taça de Portugal) com uma nova equipa, oriunda da Universidade de Évora (onde lecciona Corfebol).

World Games
Os “Jogos Olímpicos dos pobres” são organizados pela World Games Association, uma instituição internacional que congrega as federações internacionais de modalidades não olímpicas, e na qual a IKF está presente desde o início.
Nos Jogos Mundiais vêem-se as coisas mais estranhas, como pescar na relva, salvar bonecos de morrerem afogados ou corridas de barcos-dragão. Mas também o Rugby (sevens), o Snooker, o Bowling, o Karaté ou o Hóquei em Patins.
O Corfebol é um dos desportos de maior sucesso e influência nestes Jogos e o torneio da nossa modalidade é encarado com grande seriedade. Para a IKF, é a 2ª prova mais importante do calendário internacional, a seguir ao Campeonato do Mundo.

Xana, Alexandra Silva
Atleta do Clube de Corfebol de Oeiras e da Selecção Nacional, foi também treinadora e Presidente do seu clube. Apesar da sua juventude, é já há alguns anos uma presença inquestionável na nossa selecção principal.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Caricaturas

Esta coisa de andar tudo doido porque a liberdade de expressão choca com a liberdade religiosa faz-me lembrar qualquer coisa.
Afinal, será talvez o mesmo pôr uma bomba no turbante do Profeta Maomé ou pôr um manto e um cajado nas mãos do Vítor Machado. Será talvez o mesmo pôr um preservativo no nariz do Papa João Paulo II ou pôr determinados concorrentes em concursos teevisivos.
O fanatismo religioso é igual ao fundamentalismo clubístico. A sátira só presta enquanto nos pudermos rir daqueles de quem gostamos menos. Mas ai de quem nos pisa os calos!

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Corfebolopédia - RST

Ricardo Ferreira
O eterno Presidente do NC Benfica é um dos poucos exemplos de alguém cuja actividade principal no Corfebol não é jogar. Ser Árbitro e Dirigente foram as suas opções. Tem sido o árbitro que mais jogos tem apitado nos últimos anos.

Sangalhos
Fundador, com o Sassoeiros e o ISEF, da FPC, o Sangalhos Desporto Clube deu cartas nos primeiros tempos da modalidade em Portugal.
Orientado pelo Chico Gradeço, o Sangalhos participou nas competições nacionais entre 1988/89 e 1995/96. Esteve presente nas 4 primeiras finais da Taça de Portugal, vencendo uma, e foi Campeão Nacional por 2 vezes.

Torneios
Os primórdios da modalidade tinham no Torneio Internacional do ISEF um momento especial. Era o único Torneio que se realizava em Portugal e tinha, na altura, um nível competitivo a que ainda não se assistia nas competições nacionais. As equipas estrangeiras vinham com facilidade a Portugal (em 1989 foram 6!).
Entretanto, os torneios de final de época banalizaram-se e tornaram-se num momento em que os atletas aproveitavam para uma fase de descompressão, em que podiam ir largando, aos poucos, o stress competitivo. Torneios com variantes alternativas (de quadras, de jovens, para equipas B, de praia) vieram preencher o calendário de final de época, quase sempre com uma importante componente social.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Corfebolopédia - NOPQ

Norte
Acima da Batalha, acima de Sangalhos, já lá estivemos. Porto, Viana, Braga… O Corfebol já andou pelo País acima. Hoje, há resquícios e, acima de tudo, memórias.

Odivelas
Foi neste Município, que nos primórdios da modalidade estava ainda integrado no Concelho de Loures, que maior número de clubes abraçaram o Corfebol. A Escola Secundária de Odivelas teve o seu histórico Núcleo de Corfebol, de onde nasceram as equipas do Grupo Desportivo dos Bons Dias e do Clube Académico de Odivelas. A estes, juntou-se mais tarde o Odivelas Futebol Clube.

Patrocinadores
Sem expressão mediática, o financiamento privado dos nossos clubes e da própria Federação é escasso. Nesta área, o Corfebol vive essencialmente de “pai-trocínios”. Os pais que gostam de ver os filhos saudavelmente ocupados e que apoiam a sua actividade sempre que podem.

Quizz, CorfQuizz
É algo parecido com uma Corfebolopédia, mas mais desordenado, mais completo, mais interactivo e tem a chatice de sermos nós a ter de descobrir a resposta. Vêm de lá muitas das fotos que aqui uso e a lembrança de alguns temas. Aconselha-se a todos os novos, para aprenderem mais, e aos mais batidos nestas coisas, para recordar.